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O Arminianismo e a Segurança em Cristo

Apesar de ser um dos pilares da teologia arminiana, ainda existem algumas divergências entre grupos da corrente teológica.

fonte: Guiame, Ediudson Fontes

Atualizado: Terça-feira, 28 Março de 2023 as 2:49

(Foto: Unsplash/Ben White)
(Foto: Unsplash/Ben White)

A segurança em Cristo é um dos pilares da teologia arminiana, que divide opiniões entre arminianos. Os arminianos clássicos de quatro pontos, segundo Titillo, “a doutrina da segurança eterna dos salvos, também chamada de preservação, é mais conhecida como perseverança dos santos” (TITILLO, 2017, p. 21). Segundo o professor, quando alguém recebe verdadeiramente Jesus Cristo, jamais perderá a salvação, pois Ele garante essa segurança. Esse posicionamento geralmente é defendido pelos batistas. O arminianismo clássico de cinco pontos e os arminianos wesleyanos defendem que o salvo pode perder a salvação. Os arminianos clássicos ensinam que “a salvação efetiva é através da presciência de Deus [...]. Deus sabe quem é eleito (que persevera até o fim) e o crente (experimentou a salvação, mas acabou apostatando da fé” (FONTES, 2020, p. 156).  Os arminianos clássicos cinco pontos, creem que Deus, na Sua presciência, faz essa distinção de quem vai perseverar até o fim e quem não irá permanecer. Os arminianos wesleyanos também creem que o salvo pode cair na graça. Entretanto, diferente dos arminianos clássicos cinco pontos, os wesleyanos não fazem essa distinção pela presciência de Deus. Segundo Couto, “a pessoa se apostata da fé e perde a maravilhosa presença do Espírito Santo não tem mais essa garantia (Salmos 51:11)” (COUTO, 2016, p. 212). O posicionamento dos wesleyanos, é que o salvo perde a salvação quando escolhe viver na prática do pecado.

A apostasia não pode ser entendida como algo hipotético. A Bíblia afirma que é real essa possibilidade e não podemos ignorar. Somos salvos pela graça para produzir frutos de salvos (Gálatas 5:22) e não vivermos na prática do pecado. Se somos novas criaturas em Cristo Jesus (2 Coríntios 5:17), a nossa novidade de vida deve refletir a mudança que vivemos em Cristo. Antes de participar das bênçãos salvíficas, nós estamos mortos no pecado que chamamos de morte espiritual (Efésios 2:1). Mas mediante a graça de Deus, em Cristo Jesus, somos salvos (Efésios 2:8), somos transformados para glória Dele. A apostasia não se aplica ao não crente ou “convencido pelo pecado”. A apostasia se aplica àquele que experimentou a salvação em Cristo Jesus. Sigamos o alerta do apóstolo Paulo (1 Timóteo 4 :1-5). Sejamos crentes firmes no Senhor Jesus, fixados Nele, crescendo Nele para o aperfeiçoamento da nossa fé (Efésios 4:11-14).

Com o pecado não se brinca. Tenhamos uma vida separada para o nosso Senhor Jesus! (1 Pedro 1:15-16).

Referências Bibliográficas:

COUTO, Vinicius. Em Favor do Arminianismo-Wesleyano – Um estudo bíblico, teológico e exegético de sua relevância na contemporaneidade. São Paulo. Editora Reflexão. 2016.

FONTES, Ediudson. A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo. São Paulo. Editora Reflexão. 2020.

TITILLO, Thiago. Jamais Perecerão – Uma análise Teológica, Histórica e Exegética da Segurança Eterna dos Salvos. Rio de Janeiro. Verbum Publicações. 2017.

Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática. Professor de Teologia, autor das obras: “Panorama da Teologia Arminiana”, “Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal” e “A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo”, todos publicados pela Editora Reflexão. Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Arminianismo e a eleição em Cristo

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