Eu optei pela beleza

Eu optei pela beleza

Atualizado: Terça-feira, 31 Março de 2009 as 12

Nos venderam belezas que de belo não tem nada. A indústria do design se supera a cada dia, oferecendo lançamentos em volumes inimagináveis há apenas alguns anos atrás. Carros, roupas, celulares, televisões, computadores, móveis, calçados, embalagens etc. Para onde você olhar será fisgado por um design bem feito, calculado para conquistar.

O problema com essas belezas está na velocidade com que passam e deixam de ser belas. Basta ser lançado o "novo" modelo para se descartar o "velho"! O perigo desta lógica reducionista é que, sem perceber, as pessoas vão aplicando o mesmo princípio aos seus relacionamentos. A antiga piada "vou trocar minha mulher de 60 por duas de 30", faz tempo que deixou de ser piada para tornar-se uma triste constatação.

Para mim, um dos decisivos "porquês" para esse quadro tão caótico e nivelado por baixo, está nas belezas que inconseqüentemente elegemos como belezas. O que esperar de uma sociedade que não resiste ao massacre diário, que persiste há mais de uma década, falando todo dia coisas como: "Fume isso e seja feliz", "Beba isto e tenha sucesso", "Use esta roupa e conquiste tudo", "Com este carro ninguém resistirá você", "Este perfume faz de você uma verdadeira mulher", "Este creme preserva sua juventude" etc. Consegue perceber a roubada que foi para esta geração ter comprado tal tipo de beleza? O que temos hoje? Uma massa de pessoas desiludidas, deprimidas, separadas, desfocadas e, para piorar, insistindo em novas promessas de belezas que terminarão no mesmo vazio. Ou você acha que o culto ao corpo e a satisfação do eu como regra para ser feliz dará certo? Certamente não dará, como mostram os índices de estresse e depressão que não param de crescer. Afinal, belezas, que de belo nada tem, só se prestam a esconder do olho humano a verdadeira beleza.

Agostinho, quando estava na casa dos seus 50 anos de idade conheceu a verdadeira beleza, conheceu a Cristo. Num de seus maiores clássicos, "Confissões", ele fala sobre a sua vida promíscua e totalmente entregue aos valores materiais. Sobre as verdadeiras belezas que não via, muito menos valorizava, numa frase de profundo lamento, disse: "Amei-te tarde demais, ó beleza tão antiga, e tão recente!".

Não é difícil entendermos o lamento do bispo de Hipona, no século IV. O "tarde demais" refere-se aos cinqüenta anos de vida longe de Cristo. A "beleza tão antiga" reconhece que em Cristo a beleza da vida é perene, duradoura, sempre presente. A beleza "tão recente" revela o encantamento do primeiro amor, quando acabamos de aceitar a Cristo como nosso Senhor e Salvador.

Graças a Deus, fiz a opção pela beleza de Cristo aos 18 anos. Esta escolha me deu um olhar muito mais refinado para a obra da criação, os dilemas da minha vida, a família que Ele me deu, os amigos, os irmãos. Foi assim que entendi que a essência do verdadeiramente belo nasce em Cristo e salta para a perfeição na eternidade. As demais belezas, aquelas que dispensam a presença de Cristo, exatamente por serem belas somente na aparência que os olhos captam, têm o poder de enganar e iludir, mas ao final, limitadas e frágeis que são, perecem, acabam.

Faça sua escolha, existe uma vida com uma possibilidade realmente bela esperando por você.

Paz!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

Contatos com o pastor Edmilson Mendes:

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