Maridos sabem do que gostam suas esposas: atenção, carinho, amor. Esposas sabem do que gostam seus maridos: respeito, objetividade, amor. Alunos sabem o que querem os professores: dedicação, estudo, esforço. Pacientes sabem o que pedem os dentistas: use todos os dias o fio dental. Pedreiros sabem o que querem os donos de obras: não desperdice material e cumpra o combinado.
Se cada um sabe o que o outro quer, será que é capaz de atender as expectativas? Me arrisco a dizer que sim. Marido e esposa sabem amar. Alunos sabem estudar. Pacientes sabem usar fio dental. Pedreiros sabem não desperdiçar. Se não fazem o que sabem, não fazem porque não querem. Existem motivos, imprevistos, enfim, para cada situação existem variáveis que tentam explicar o não fazer. Explicam, mas não justificam. Afinal, não dá para explicar a vida inteira sem amar, estudar, higienizar ou economizar.
No geral, cada um sabe o que é certo, aquilo que tem de ser feito. Mas não faz, opta pelo errado e, no máximo, espera pelo outro. Olhe para o acidente ocorrido no Playcenter, com a vida não se brinca, mas a brincadeira arrebentou muitas vidas. As apurações começaram, muitas versões serão ouvidas. Alguns depoimentos de funcionários se tornaram públicos. Caso se comprovem, teremos mais um triste exemplo daquilo que deveria ter sido feito mas não foi. Disseram os funcionários que o tal brinquedo já havia demonstrado falhas horas antes naquele dia, portanto, o procedimento correto era desligá-lo independentemente dos possíveis prejuízos.
É tudo muito cruel. Conhecemos o caminho, mas nos arriscamos em atalhos. Sabemos das consequências, mas abusamos das frituras. Sabemos da pontuação, mas avançamos no farol vermelho. Sabemos da vergonha, mas brincamos com o pecado sempre que desconsideramos regras, limites, valores. Brincadeira tem hora e lugar, fazer da vida um interminável play-ground é extremamente arriscado. Infantil, para dizer o mínimo.
Gandhi e Tiago, onde entram nesta reflexão? Entram como sábios que têm, cada um a sua maneira, um conselho certo para todo aquele que é rico em ótimas teorias, porém pobre em práticas coerentes, exemplares e compatíveis com aquilo que sabe. Com a palavra, Gandhi: Acreditar em algo e não o viver é desonesto. E, para fechar, Tiago: Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado. Tiago 4.17.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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