Quem passar pelos shoppings Bourbon, Morumbi, Pátio Higienópolis e Pátio Paulista entre segunda e sexta, (08 a 12.06.09), vai encontrar corações gigantes, cada um deles formados por 450 preservativos. Eles fazem parte de uma campanha da grife Armani Exchange com o tema "Give love, get love", que traduzido é "Dê amor, receba amor". A data não é mera coincidência, trata-se de um esforço da marca para o dia dos namorados.
Nos Estados Unidos a campanha provocou protestos. No Brasil, por conta do ambiente liberal que domina, é quase certo que não causará embaraços para a marca. Pelo menos é o que pensa a empresária Michelle Nasser, representante do grupo Armani no país. Com uma explicação capitalista e pintada com um verniz social ela afirma: "O importante é aproveitar a data comercial para conscientizar os jovens da importância do sexo seguro". Não diga!!! Sério!?!?
Que tipo de amor eu dou e recebo com preservativos? Eu sei que você sabe. Mas pense um pouco. É um amor descartável, com um punhado de espermatozóides jogados num cesto de lixo qualquer. É um amor que muitas vezes, quando o sol nascer, já não existirá. É um amor animal, de caça e caçador, onde no final o que importa é o número de presas que já foram abatidas, quantas cacei, matei, comi. É um amor comprado em farmácia, padaria, supermercado, banca, loja de conveniência. É um amor de látex, frio, sem vida, sem alma. É um amor de tara, obcecado, viciado, dependente.
Mas amor é isso? E esses corações formados por preservativos em exposição nos shoppings, são arte? Para a primeira pergunta a resposta é negativa, não, isso não é amor. Para a segunda pergunta a resposta é positiva, sim, os corações, gostemos ou não, são arte. O estrago reside justamente na junção de negativo e positivo, pois o "Give love, get love" não passa de engano em forma de arte. É arte, mas uma arte que vende um engano. É engano, mas um engano vendido com o encanto da arte.
Essa mistura astutamente bem feita, que coloca um pouco de verdade com um tanto de mentira, é a velha e surrada técnica de satanás desde o Éden, visando confundir e seduzir todos que param e dão ouvidos, pegam e experimentam, se enroscam e caem em suas decadentes propostas. O conceito explosivo da campanha é: "Continue dando e recebendo amor de forma segura, siga sua louca vida de muito sexo, mas de forma segura, pois, com segurança, tudo é permitido, você é livre e o amor é lindo!" Mais ou menos por aí...
Colar amor com sexo também ajuda a inocentar e glamourizar o ato sexual em si, seja este do tipo que for. Assim, uma geração que pouco testemunha e vive o amor deixado por Cristo, facilmente vai na onda de dar, dar e dar. Afinal, é grande a sede e necessidade de receber, receber e receber. Grande parte desta geração não vê, não sente, não ouve e nem experimenta o amor na família, trabalho, escola e, lamentavelmente, igreja, pois escândalos na área do sexo têm acontecido aos quilos em todos os ministérios.
É nesse vácuo que campanhas como "Give love, get love" entram e fazem sucesso. O ser humano tem essa necessidade no seu DNA. Somos resultados do amor, temos sede de amar e sermos amados. Sem amor nos tornamos seres irracionais. Por isso a possibilidade de dar e receber amor seduz tanto, todos queremos, todos precisamos. Aqui é que está o nó: sem Cristo somos incapazes de amar plena e satisfatoriamente, mas continuamos com nosso instinto animal, capazes de praticar o sexo sem compromisso, sem afetividade, sem fidelidade, sem aliança, sem bênção, simplesmente dando um corpo em troca de outro, sem jamais experimentar o que é dar amor.
Se você quer mesmo saber o que é amor olhe para a cruz de Cristo. Por amor Ele deu seu corpo para ser sacrificado por nós. Ele deu sem a garantia da troca. Ele deu por amor. Sabendo das minhas necessidades, criadas por Ele mesmo, preparou uma mulher para ser minha e eu para ser dela. Sabendo que era possível e sem nunca me abandonar, me orientou a esperar o casamento. Da nossa casa Ele tem feito um pedacinho do jardim perdido por Adão e Eva, um lugar de doação de amor com cumplicidade, honra, fidelidade, entrega e sexo.
Não se engane. De tanto dar, e ao dar, em troca esta geração só esta recebendo frustração, vazio, desprezo, indiferença. Preservativos, ironicamente, são incapazes de preservar sua integridade, foco, esperança. Apenas ajudam a matar a fome da carne, mas jamais protegem a alma, a consciência, o amor. Para preservar o amor no sexo, e o sexo com amor, somente seguindo a receita bíblica que abençoa o casamento com sexo tanto para gerar filhos como para gerar prazer, muito prazer entre marido e esposa.
Quer dar amor para a sua namorada? Quer dar amor para o seu namorado? Proponha a participação de Cristo no namoro de vocês, Ele, e somente Ele, preservará um futuro com lar, amor e sexo seguros para vocês.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
Contatos com o pastor Edmilson Mendes:
