Tragédias recentes, ocorridas num espaço de 10 dias. James Harrison, de 34 anos, matou cinco crianças e depois se matou em Graham, Estado de Washington. Em Binghamton, Estado de Nova York, um homem invadiu uma determinada associação, matou 13 pessoas e depois se suicidou. Em Priceville, Alabama, um marido assassinou a esposa, a filha de 16 anos, a irmã, um sobrinho de 11 anos, depois se matou.
De 11 de setembro de 2001 até hoje, a atenção e a neura dos Estados Unidos fixaram-se no terrorismo, porém 120 mil americanos perderam suas vidas em homicídios que nada tinham a ver com o terror. Este número absurdo, 120 mil mortos, é praticamente 25 vezes o número de americanos que perderam suas vidas no Afeganistão e no Iraque.
O que fazer para frear esta matança? Certamente não pode ser o absurdo que você vai ler agora. Muitos congressistas conservadores nos Estados Unidos, junto com a Associação Nacional do Rifle, querem colocar um número cada vez maior de armas nas mãos de cada vez mais pessoas. O Texas é um Estado que luta por leis que permitam armas nas universidades. Afinal, alunos e professores precisam se defender dos assassinos! Argumentam que as armas deveriam ser tão normais como celulares e laptops. Um dos legisladores texanos rotulou as pessoas desarmadas nos campus universitários como "patos sentados". Ou seja, gente indefesa e vulnerável, cuja única solução para se defender seria portar uma arma. Pasmem!
Os dados acima foram coletados por Bob Herbert e publicados no The New York Times. Bob é autor do livro "Promessas Traídas: Acordando do Sono Americano". Infelizmente a traição não aconteceu exclusivamente na América do Norte, aqui no Sul também. Basta ver o desfile de horror diário que há anos povoa a TV brasileira em programas de gosto duvidoso, como: "Aqui, Agora", "Brasil Urgente", "Cidade Alerta", "Linha Direta" etc etc etc.
Mas qual foi a promessa traída? Aquela que garantia tempos de paz. A modernidade com seu racionalismo científico e tecnológico nos prometeu paz, nos disse que tudo ia melhorar. No entanto, o ambiente vazio, melancólico, materialista, egoísta e humanista da pós-modernidade desmentiu a paz prometida, colocando em seu lugar suicídios, homicídios, chacinas, barbáries, violências incompreensíveis, mortes.
O profeta Jeremias, quando Judá estava para ser invadida pelo exército de Nabucodonosor, alertou o povo com as seguintes palavras: "Ouvi um grito, como de mulher em trabalho de parto, como a agonia de uma mulher ao dar à luz o primeiro filho. É o grito da cidade de Sião, que está ofegante e estende as mãos, dizendo: Ai de mim! Estou desfalecendo. Minha vida está nas mãos de assassinos!" Jeremias 4:31.
Como Jeremias, também estamos nós, cercados por assassinos, vivendo como "Patos Sentados". Pois a violência expõe suas garras mais venenosas nos escândalos políticos que parecem não ter fim. Atinge cidades e municípios com leis que só se cumprem contra os menos favorecidos. Então, num efeito dominó perverso, a violência se espalha sem controle por todas as camadas da sociedade na briga de bar, na esperteza que em tudo quer levar vantagem, nos confrontos entre torcidas nos estádios, no sequestro relâmpago, na bala perdida, no acerto de contas com um 38, no álcool que mata, na overdose que devasta, enfim, na miséria moral que se impõe, massacrando e triturando até a última gota de vida, zombando sarcasticamente de seres-humanos que são vistos apenas como "Patos Sentados".
O legislador texano está errado, não somos "Patos Sentados!" Também não precisamos das armas de nenhuma Associação do Rifle. O volume de violência não pode causar em nós conformação e medo, Deus nos vocaciona para uma vida plena, onde devemos levar a cabo uma missão que defende e prega a vida. Não somos patos, somos águias, fortes para voar independentemente da violência que se apresente em qualquer tempestade.
E as tempestades aí estão. De 2001 até hoje morreram 120 mil pessoas somente em conflitos existenciais, apenas nos Estados Unidos. E nos outros países do mundo? Qual terá sido o número? Melhor nem imaginar! As mortes continuarão, e nós, seguiremos acuados e acomodados como "Patos Sentados", ou renovaremos nossas forças para voar alto como águias e ampliarmos nossa visão?
A invasão de Judá angustiou e assustou Jeremias, mas não demorou muito e Deus renovou a força do seu profeta. Diante de toda aquela violência, ele ouviu a voz do grande Eu Sou dizer: "Eu farei de você uma muralha de bronze fortificada diante deste povo; lutarão contra você, mas não o vencerão, pois estou com você para resgatá-lo e salvá-lo, eu o livrarei das mãos dos ímpios e o resgatarei das garras dos violentos." Jeremias 15.21
A síntese do que Deus estava dizendo a Jeremias era: "Não temas! Eu sou contigo!" Estas poucas palavras bastam aos filhos que têm intimidade com o Pai. Levante-se! Não se assuste nem se espante! Você é águia, tem força, habilidade e resistência espirituais para, em Cristo e com Cristo vencer o mundo que jaz no maligno. Força! Está chegando o dia em que voaremos para nossa pátria definitiva.
Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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