Quando falamos de intolerância religiosa contra os cristãos, muitos interpretam o assunto como algo que diz respeito apenas à violência física, a exemplo do que ocorre em países controlados por regimes islâmicos. Mas, a realidade vai muito além disso.
Uma pesquisa recente divulgada pelo Lifeway Research Resources, vinculado à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, confirma o que venho alertando há anos sobre a nova dinâmica da perseguição: a intolerância aos cristãos se expandiu para diferentes setores da sociedade, se tornando político-ideológica!
Primeiro, devemos considerar que a pesquisa foi realizada nos Estados Unidos em setembro passado. Esse dado é muito importante, pois estamos falando de um país cuja fama, entre outras, é de ser a terra das liberdades individuais.
Contudo, os americanos entrevistados, sendo quase 70% dos protestantes e 59% dos católicos, além de 52% de pessoas de outras religiões, confirmaram perceber que há uma espécie de "onda de intolerância" crescente contra os cristãos. Com isso, podemos imaginar: se na terra das liberdades está assim, o que dizer sobre o restante do mundo?
Igrejas atacadas
A pesquisa é um indicador extremamente alarmante, porque ela aponta que esse aumento da intolerância aos cristãos tem sido motivado por questões políticas. É diferente, portanto, da perseguição promovida por extremistas islâmicos em países como Irã, Nigéria, Egito, Afeganistão, entre outros, onde a motivação é religiosa.
Estamos falando, aqui, de uma perseguição ideológica de cunho esquerdista, abrangente, que tem se ramificado e fincado raízes na cultura ocidental na forma de políticas e ações que suprimem a liberdade de pregação e exercício da fé cristã histórica!
A prova disso está nos ataques cada vez mais frequentes a templos cristãos em vários países, e o avanço de pautas congressistas que visam criminalizar a opinião pública baseada em sua maioria nos valores cristãos; temas como sexualidade, família e a própria fé em Deus.
O que vem alimentando esses ataques? Narrativas sobre "discurso de ódio", "violência simbólica", "discriminação" e "desinformação". Esses têm sido os instrumentos utilizados no campo da cultura e da política para fazer a intolerância aos cristãos aumentar no Ocidente.
Não por acaso, a pesquisa do Lifeway Research Resources apontou que à medida em que a intolerância aumenta, a liberdade religiosa diminui. É justamente o que temos observado, na prática, quando pastores e padres são ameaçados e até processados por certas declarações, incluindo pregações em pleno culto ou missa.
Conclusão
Como luto há quase 20 anos contra o ativismo ideológico progressista, o que inclui pautas como ideologia de gênero, aborto, drogas e desconstrução familiar, o cenário atual não é uma novidade para mim, pois assim como outros ativistas conservadores, já sabia que essa realidade poderia surgir.
A questão é: o que as igrejas têm feito a respeito? Estamos nos rendendo à mordaça cultural do esquerdismo, ou reagindo para fazer valer os nossos direitos de liberdade de pregação e culto?
São questões que devemos analisar profundamente para que possamos tomar decisões que vão além das quatro parentes do templo. Se não fizermos isso o quanto antes, não precisaremos ter, na América, um Estado Islâmico para nos agredir, pois bastará meia dúzia de abortistas batendo tambores em "protesto" no altar.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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