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Famílias destruídas pela desconstrução dos papéis do homem e da mulher no lar

A minha intenção no artigo de hoje é abordar esse tema pela cosmovisão cristã, e não secular.

fonte: Guiame, Marisa Lobo

Atualizado: Sexta-feira, 29 Abril de 2022 as 2:50

(Foto: Junior Reis / Unsplash)
(Foto: Junior Reis / Unsplash)

A concepção de família à luz da Bíblia Sagrada é muito diferente do que no mundo atual, pós-moderno, a cultura vigente prega sobre a relação entre pais, filhos e cônjuges. A minha intenção no artigo de hoje é abordar esse tema pela cosmovisão cristã, e não secular. Que tal um café para acompanhar a leitura?

Infelizmente, ao longo das últimas décadas, a família cristã tem sido influenciada por visões que divergem do modelo bíblico familiar. Se por um lado sempre tivemos dificuldade com o machismo histórico, arraigado numa falsa concepção do que é ser homem e cabeça do lar, por outro, estamos vendo o quanto o feminismo também está fazendo graves estragos.

O principal desses estragos diz respeito à desconstrução dos papéis do homem e da mulher. Isso é muito grave, porque estamos falando da espinha dorsal da família. Se a esposa e o marido cristãos não sabem quais são esses papéis, é muito provável que a casa passe por problemas estruturais de ordem moral e espiritual.

Iguais em valor, mas diferentes em deveres

Conforme o livro de Gênesis, Deus criou a mulher e o homem à sua imagem e semelhança. Não há, portanto, qualquer distinção de valor em relação aos sexos feminino e masculino. Contudo, o mesmo Deus deixou claro que nos criou com papeis distintos, tendo a mulher a função de auxiliar o seu marido em tudo.

"E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele", diz o verso de Gênesis 2:18.

Esse auxílio, o mesmo que ajuda, pressupõe tudo o que é bom e correto. Assim como o apóstolo Paulo em Efésios 5, nos versos 22 e 24, não trata de submissão feminina em relacionamentos abusivos, Deus também não condiciona a mulher a ser ajudadora de um marido que não lhe ama, não a respeita e não se sacrifica pela família como Cristo à Igreja.

Estamos falando aqui, portanto, de reciprocidades condicionantes, tendo acima de tudo a obediência ao Senhor Jesus. Isso está explícito na fala de Paulo, quando ele diz que o marido é o cabeça da mulher, "como também Cristo é a cabeça da igreja", devendo por isso o esposo amar a sua mulher "como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela".

Em outros termos, na prática, significa que, o que Jesus faria e faz pela Igreja, é o que o marido deve fazer por sua esposa. Isso envolve entrega, abdicação de si mesmo e até sacrifício, tudo por amor, e sob à responsabilidade da liderança.

Se a mulher tem o dever de auxiliar, logicamente o homem, como cabeça do lar, tem o dever de guiar a sua casa, liderando a sua família moral e espiritualmente. Deus desenhou esse princípio mediante à criação e também por palavras.

Também em Gênesis, mas no capítulo 18 e verso 19, por exemplo, isso está exposto na palavra dirigida a Abraão, o nosso patriarca da fé e modelo masculino de liderança familiar.

"Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado", diz o texto.

Desconstrução social

Como acabamos de ver, a Bíblia nos ensina que Deus criou homem e mulher com deveres distintos para a família, sendo a esposa a auxiliar de um marido responsável que a ama e lidera a casa nos caminhos do Senhor. Esses deveres se refletem em toda a sociedade.

O mundo anticristão, por outro lado, vem tentando desconstruir esse modelo bíblico-familiar, e o resultado disso é a destruição da família, pois toda inversão moral resulta em fracasso. Temos visto isso na vida dos filhos, por exemplo.

O número de crianças crescendo sem referenciais de liderança masculina é cada vez maior, o que tem impactado até mesmo na formação da identidade sexual de meninos e meninas. O que chamam, hoje, de "masculinidade tóxica", é nada mais do que a função masculina biblicamente outorgada por Deus, a qual não pode ser confundida com machismo.

Semelhantemente, temos mulheres deixando de ter prazer na família, como mães e esposas dedicadas, dispostas em tudo para auxiliar na missão do marido de cuidar e guiar o lar. São mulheres que não admitem se submeter à autoridade de "cabeça" do esposo, violando a orientação de Paulo em sua carta aos efésios. 

Este cenário de desconstrução dos papeis produz desencontro entre marido e mulher, trazendo confusão à família. Os filhos crescem fragilizados, pois ficam suscetíveis às influências de autoridades externas, passando a enxergar em outros a referência de valor que eles não têm dentro de casa.

Conclusão

O tema é delicado e exige aprofundamento, mas tivemos aqui uma noção geral dos papeis na família e dos riscos envolvidos pela sua desconstrução. A recomendação aos casais cristãos é a obediência à Palavra de Deus, pois ela é o nosso manual de fé e prática.

A vida em família nem sempre é fácil, mas se torna prazerosa quando trazemos Deus para dentro do lar. Neste caso, o amor passa a ser um exercício diário de entrega, humildade e confissões, sendo um reflexo direto da relação de Cristo com a sua Igreja. 

Se você está com problemas na sua família, talvez seja o momento de sentar e fazer uma revisão acerca desses papéis. Deus pode restaurar tudo, mas é preciso reconhecimento e o desejo de recomeçar. Pense nisso.

Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Até tu, Mendonça?

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