Infelizmente, os noticiários passaram a divulgar o que muitos de nós previmos em relação ao regime ditatorial de Daniel Ortega, na Nicarágua. Igrejas cristãs começaram a ser fechadas implacavelmente, assim como os seus líderes presos e enviados a locais desconhecidos.
O governo também já fechou sete estações de rádio diocesanas, determinou a proibição de procissões e fez a expulsão de 18 freiras da ordem de Madre Teresa de Calcutá. Algumas emissoras também tiveram o funcionamento proibido.
Tudo começou em 2018, quando as igrejas católicas da Nicarágua se ofereceram como abrigo para os manifestantes que, naquele ano, protestavam contra o regime ditatorial. O governo reprimiu com extrema brutalidade, usando a força militar. Como resultado, 355 pessoas foram mortas!
Agora, Ortega persegue e pune os sacerdotes que se aliaram, ainda que não politicamente, mas humanamente e espiritualmente, aos milhares de cidadãos insatisfeitos com o regime.
Um aviso ao Brasil?
Não podemos ignorar os fatos! O cenário político atual, na América Latina, indica que o Brasil está sendo cercado, aparentemente, por governos autoritários. Para nós, o sinal de alerta é estrondoso, pois também vivemos uma luta contra grupos que possuem o mesmo discurso desses regimes.
Uma vez que nós, cristãos, não abrimos mão dos valores judaico-cristãos, entre os quais está o direito à liberdade de consciência, expressão, propriedade e iniciativa, consequentemente nos tornamos o principal alvo a ser combatido por parte dos governos autoritários.
Portanto, se tivermos uma reviravolta nos rumos do Brasil, politicamente falando, é muito provável que o espírito vingativo que hoje opera na Nicarágua, através de Ortega, passe a agir também em nosso país, se voltando contra as igrejas, principalmente as evangélicas.
Se isto vier a acontecer, pastores, padres e qualquer pessoa com voz influente contra o governo vigente poderá ser alvo de censura, punições diversas, inclusive de prisão. É isto o que queremos para o Brasil? Vale a pena arriscar? A resposta, acredito, está no que já estamos vendo acontecer com os nossos vizinhos.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
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