Quando falamos de adoração, o que vem em sua mente? Uma igreja cheia, cantando, dançando, com as mãos levantadas, em um único coro ao Senhor? Com certeza esse foi o pensamento de muitos! Não estou falando que isso não é uma maneira de adorar ao Senhor, porém, tem um texto bíblico que chama muito minha atenção no que diz respeito a uma adoração singular e pessoal.
Antes disso, vale lembrar que a palavra adoração traz o sentido de inclinar-se, prostar-se, reverenciar algo ou alguém, e esse é exatamente o tópico que irei lhes mostrar na Palavra de Deus.
Esse texto se encontra em João 7, onde fala de uma mulher pecadora (comentário da minha Bíblia diz: “a descrição da mulher sugere que ela seja uma prostituta”), onde mostra que essa mulher tomou inúmeras atitudes sem sequer abrir a sua boca!
Ela entra na casa de um fariseu (gostaria que você visualizasse o constrangimento de uma mulher no primeiro século, numa sociedade onde muitas vezes a mulher era tratada como próprio objeto do homem, ela supera isso e entra na casa de uma outra pessoa), com certeza, por si só isso já demandaria uma coragem absurda, agora, junto a isso, some o fato dessa pessoa ser uma pessoa religiosa, e a mulher ser supostamente uma prostituta. O nível de repúdio e acusação, acredite, seria sem limites, mesmo assim, ela teve uma ousadia sem igual!
Como se não bastasse isso, perceba os detalhes a seguir, ela chegou por trás de Jesus (talvez tivesse vergonha de ir pela frente), desceu até o nível de seus pés, e começou a lavá-los com suas lágrimas, e enxugá-lo com seus cabelos, além disso beijava seus pés, e por fim, derramava um perfume precioso sobre eles, perfume esse que muitas vezes elas guardavam para quem sabe um casamento futuro. Enfim, ela não abriu a boca, mas através daquela adoração silenciosa, ela derramou suas angústias, suas acusações, suas dores, pois sabia que estava diante Daquele que seria o único que a poderia resgatar, aliviar, salvar a vida dela!
Obviamente que Jesus sabia quem era aquela mulher. Sabia dos seus pecados, e das suas práticas. Mas o que Ele enxergou ali, foi o quebrantamento genuíno de uma pessoa, o desespero de uma alma, o choro de uma prisioneira. Jesus não estava ali para julgar, mas para salvar!
Muitas pessoas podem ir ao culto no fim de semana, dançar, cantar, louvar, “sentir” a presença de Deus, e depois irem embora e ter uma vida sem temor, sem reverência e sem arrependimento diante de Deus.
Uma frase dita por Billy Graham ilustra bem isso: “Avivamento não é descer a rua com um grande tambor; é subir ao Calvário em grande choro”. Eu creio que a adoração genuína está relacionada ao arrependimento e choro, e não a música alta e dança. Novamente, não que isso não seja bom, pois é bom, mas a adoração genuína está relacionada ao quebrantamento de uma pessoa em si!
Pare e pense, reflita sobre isso, se pergunte o quanto você tem “praticado” o que essa mulher fez? Talvez você pense, eu tenho muitos pecados, como Deus iria reagir diante disso? Esse próprio texto mostra como Ele iria reagir te perdoando muito! Não importa o quanto você pecou... tenha certeza de que receberia o perdão e o amor de Deus na mesma proporção! Não duvide do amor Dele! Mas para que essa graça seja “ativada” sobre você, você precisa se quebrantar! Faça isso agora, não importa onde você esteja... e, com certeza, você conhecerá um amor com o qual nunca se deparou antes em sua vida! Que Deus te abençoe e que você encontre a paz!
Rodrigo Pestana é Pastor, Engenheiro, Bacharel em Teologia com pós em Psicologia. Ministro de libertação, intercessor e capelão em centros de recuperação e hospitais. Ajuda as pessoas no entendimento bíblico, aconselhamentos e na ativação de seus dons. Canal no YouTube com seu nome, onde ministra semanalmente. Mora na cidade de Indaiatuba/SP, casado com Daniela e pai de Raphael.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: Acredite, você pode estar escutando muitas vozes que não deveria