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Suicídio! A porta errada

Recado de um velho pastor para os pastores em um mundo novo.

fonte: Guiame, Ubirajara Crespo

Atualizado: Sexta-feira, 27 Setembro de 2019 as 12:58

(Foto: Cubiio)
(Foto: Cubiio)

Passei pelo ministério chamuscado, mas não torrado. Cada pequena vitória nos prepara para as grandes vitórias. Não existe uma escolha tão errada quanto a porta do suicídio. Existem outras saídas. A saída encontrada por Jonas, por exemplo, foi pegar carona no bucho de um grande peixe. É claro, que aquela carona foi desconfortável, mas segura. Até mesmo o intestino de um peixe tem uma porta de saída.

Fui pastor durante muitos anos e me defrontei com todo tipo de problema. Reconheço que não estava preparado para suportar a pressão e minhas forças foram totalmente exauridas em pouco tempo. Cheguei ao ponto de prometer para mim mesmo, que nunca mais voltaria a pastorear. Conforme a situação, até pode ser esta a escolha mais acertada. Não cumpri a tal promessa e comecei novamente, graças a Deus. Há sempre uma válvula de escape em outro lugar, em outro tipo de atividade e em ambiente mais ameno. Resolvi insistir e hoje tenho aquela sensação de que minha missão foi cumprida, minha integridade preservada, e cultivada a minha fidelidade ao Senhor e minha família.

Não tinha ninguém com quem me abrir, dividir a carga e me sentia totalmente só. Mesmo assim precisava cuidar de um bando de gente doente. Satanás está apertando o cerco contra os pastores e infiltrou seus agentes em nosso meio. Eles trouxeram a hipocrisia, a ingratidão, a traição e histórias inventadas. Você, que nunca foi pastor, nunca sentiu o peso desta carga sobre seus ombros, mesmo que o seu ministério seja cuidar de pastores.

Quanto aos adversários, melhor seria se ao invés de aumentar o nosso peso com acusações infundadas, com desconfianças vãs e muita fofoca, aliviassem esta carga, participando positivamente da vida do seu pastor. Hoje estou aposentado, e sei que a pressão é muito maior do que no tempo em que pastoreava com dedicação integral.

Aproxime-se, elogie, escreva para seu pastor, incentive, agradeça por suas mensagens, esteja sempre a favor dele e não participe de conversas paralelas. Antes de fazer qualquer julgamento, pergunte a ele se é assim mesmo, como dizem. Feche sua boca e abra o seu coração.

Ainda carrego algumas sequelas físicas adquiridas durante toda aquela luta e ainda preciso de remédios. Satanás queria me destruir e colocou no meu caminho, alguns dos mais implacáveis agentes da mentira, da impiedade e da maldade.

O peso maior não veio das dores e cargas carregadas por cristãos fiéis ao Senhor. Bem ao contrário disso, estes me transmitiram boas sensações, pois aliviar suas dores foi uma tarefa gratificante. O sobrepeso veio dos que não sofrem dores semelhantes, mas provocam dores e contaminam o rebanho com intrigas, lutas por posição e cultivam uma tendência para a competição, sabe-se lá o motivo.

Só pela graça de Deus é que cheguei até aqui. Ainda há cristãos sinceros e piedosos em nossas congregações. Eles me fizeram sentir que as feridas sofridas durante o combate têm cura e que o meu trabalho valeu a pena. A ética pastoral não permite que pastores fiéis levantem intrigas contra seus oponentes, mesmo que sejam verdadeiras. Quando aos infiltrados, eles não possuem um freio ético e se sentem à vontade para atacar. O que minhas ovelhas falam para mim em meu gabinete, não posso usar contra elas.

Participe da vida do seu pastor, mas de forma positiva. Ele é gente como você, não é inatingível e pode até errar, mas homens de Deus cometem erros acidentais e não premeditados. Leve isto em consideração e ame.

Por Ubirajara Crespo, pastor, conferencista, editor, autor das notas de rodapé da Bíblia do Guerreiro e dos livros “Qual o limite para o sofrimento” e “Rota de colisão”.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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