Na madrugada desta sexta-feira (13), Israel lançou um grande ataque no Irã, visando instalações nucleares.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que a ofensiva se concentrou em mais de 100 alvos, incluindo comandantes do exército iraniano e líderes do programa nuclear.
A ação, chamada de Operação Leão Ascendente, matou Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC); Gholamali Rashid, comandante do Quartel-General Central de Khatam-al Anbiya; e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri.
Segundo a agência de notícias Tasnim, afiliada ao IRGC, seis cientistas que trabalhavam no programa nuclear do Irã também foram executados.
Explosões foram registradas na capital do Irã, Teerã, por volta das 03h30, do horário local. Horas depois dos ataques iniciais, bombardeios atingiram a usina nuclear de Natanz, localizada a cerca de 225 quilômetros da capital, de acordo com a mídia estatal iraniana. Natanz é uma das instalações de enriquecimento de urânio mais conhecidas do Irã.
Mais tarde, o IDF confirmou o ataque à usina e disse que resultou em danos significativos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou, que segundo as autoridades iranianas, não houve aumento nos níveis de radiação na usina de Natanz.
Em uma declaração aos membros do conselho, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, pediu "a todas as partes que exerçam a máxima contenção para evitar uma nova escalada. Qualquer ação militar que coloque em risco a segurança das instalações nucleares corre o risco de graves consequências para o povo do Irã, da região e além".
Em discurso sobre a operação, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o ataque militar teve o objetivo de “reverter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel".
Netanyahu afirmou que a operação continuará por quantos dias forem necessários e que o Irã representa uma ameaça nuclear. "Se não for interrompido, o Irã poderá produzir uma arma nuclear em muito pouco tempo", destacou.
Ameaça nuclear
À BBC, um militar israelense relatou que o Irã possuía material suficiente para criar bombas nucleares em poucos dias.
O ataque de Israel acontece quando as negociações dos EUA sobre o programa nuclear do Irã, que começaram em abril, se estagnaram nos últimos dias. A próxima rodada de negociações estava programada para o próximo domingo (15).
O presidente americano, Donald Trump, trabalhava para fechar um acordo a fim de impedir que o Irã desenvolvesse uma arma nuclear. Já o governo iraniano alega que suas atividades nucleares não tem propósito militar.
Porém, muitos países e a agência nuclear global (AIEA) não acreditam que o programa do Irã seja apenas para fins civis.
Um relatório anterior da AIEA informou que o Irã havia enriquecido urânio a 60%, um valor próximo ao suficiente para fazer nove bombas nucleares.
Comentando sobre os ataques desta sexta-feira (13), Trump pediu que o Irã ceda e faça um acordo.
"Já houve grande morte e destruição, mas ainda há tempo para fazer com que essa chacina, com os próximos ataques já planejados sendo ainda mais brutais, chegue ao fim”, declarou.
"O Irã deve fazer um acordo, antes que não haja mais nada, e salvar o que já foi conhecido como Império Iraniano. Não há mais morte, não há mais destruição, apenas faça, antes que seja tarde demais”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que os EUA não estão envolvidos com os ataques israelenses e não forneceram nenhum apoio.
Resposta Iraniana
Em resposta aos ataques a seu território, o Irã lançou cerca de 100 drones contra Israel na manhã desta sexta-feira (13). A IDF disse que está interceptando as ameaças.
O governo israelenses declarou estado de emergência no país. No momento da operação no Irã, os moradores de Israel foram acordados por sirenes de ataque aéreo e receberam alertas telefônicos de emergência.
