Família de refém libertada comemora dançando com rolo da Torá em Israel

Entre os reféns está a soldado israelense Agam Berger, cujo pai concedeu uma entrevista exclusiva ao Guiame há um ano.

fonte: Guiame, com informações do g1 e CBN News

Atualizado: Quinta-feira, 30 Janeiro de 2025 as 10:05

Agam Berger recebida pela família; celebração com a Torá. (Captura de tela/Instagram/stateofisrael)
Agam Berger recebida pela família; celebração com a Torá. (Captura de tela/Instagram/stateofisrael)

A refém Agam Berger, uma soldado israelense de 20 anos, foi libertada pelo Hamas após 16 meses de cativeiro na Faixa de Gaza.

Para comemorar a libertação de Agam, sua família dançou com um rolo da Torá em Israel, agradecendo a Deus por trazê-la de volta para casa.

Agam foi entregue à Cruz Vermelha em Jabalia, no norte do enclave, e posteriormente recebida pelo Exército de Israel.

A libertação de Agam é a primeira de uma série de oito reféns que o Hamas se comprometeu a liberar nesta quinta-feira (30). Segundo a mídia israelense, todos os sete devem ser soltos de uma vez.

Além da soldado, outros dois israelenses e cinco tailandeses estão programados para serem libertados nas próximas horas e transportados para vários hospitais israelenses distintos.

Os oito foram sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, e fazem parte da terceira rodada de trocas de reféns desde o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor em 19 de janeiro.

O acordo prevê a troca de todos os reféns ainda em poder do Hamas na Faixa de Gaza.

Angústia

Após ser transferida para as Forças de Defesa de Israel (IDF), Agam Berger foi finalmente reunida com sua família.

Em fevereiro de 2024, Shlomi Berger, pai de Agam, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guiame, na qual compartilhou os dias de angústia vividos desde o sequestro de sua filha durante o ataque de 7 de outubro.

O israelense disse que estava em sua casa em Holon, uma cidade próxima a Tel Aviv. Ele e sua família acordaram na manhã daquele sábado com o som das sirenes.

“Iniciou por volta das 6h30 da manhã, quando ouvimos as sirenes. E depois vieram os foguetes. Metade de Israel foi atingida por foguetes. Nós entramos em uma sala segura em nossa casa”, disse Shlomi.

Por volta das 7h45 da manhã, houve outro ataque de foguetes e eles voltaram para a sala segura. Lá dentro, os pais receberam mais uma ligação da filha.

“Não era o telefone dela, era um outro número. E minha filha disse: ‘Pai, há bombas aqui, estou ouvindo tiros, gritos, coisas explodindo’. E então o telefone desligou. Isso durou cerca de 5 ou 7 segundos”, contou Shlomi.

“E essa foi a última vez que conversamos com a Agam. A gente não sabia o que tinha acontecido. Foi um grande caos em Israel naquele dia. Acho que ninguém imaginava o que estava acontecendo”.

Nas horas seguintes, o pai não conseguiu contato com a filha e ninguém tinha informações sobre ela. 

Vídeo do Hamas

Até que no domingo, 8 de outubro, um dos pais das jovens recebeu um vídeo, publicado pelo Hamas no Telegram, e enviou para Shlomi.

“Eu abri o vídeo e fiquei em choque, porque eu reconheci minha menina. Ela estava sentada perto de outra menina. A outra garota que eu vi, estava gravemente ferida”, revelou.

“É loucura para mim, dizer que eu fiquei feliz naquele momento de ver minha filha viva e sequestrada pelo Hamas. E ela não estava morta. Isso é uma loucura”, desabafou o pai.

A última vez que a família teve notícias da jovem foi através de uma refém libertada em 26 de novembro — dia do aniversário de Shlomi. A refém disse que Agam estava bem e que pediu para mandar um Feliz Aniversário para o pai.

“Essa foi a última vez que soubemos algo sobre a Agam. Agora já fazem 107 dias [desde o sequestro] e eu não sei quando vou ter minha filha de volta. Hoje não sabemos de nada. Nós sabemos que ela estava nos túneis”, lamentou o pai.

De acordo com ele, a família vive angustiada à espera do retorno de Agam, que tem uma irmã gêmea, outra irmã de quase 18 anos e um irmão de 12. 

Na entrevista ao Guiame, Shlomi afirmou: “Para nós isso é um tipo de tortura. Espero que a minha filha esteja viva”.

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