Israel celebra 76 anos de independência em meio à guerra contra o Hamas

A Declaração de Independência de Israel foi lida em 14 de maio 1948 por David Ben-Gurion, primeiro-ministro e fundador do Estado moderno de Israel.

fonte: Guiame, com informações do Israel365

Atualizado: Terça-feira, 14 Maio de 2024 as 10:35

Judeus comemoram Dia da Independência de Israel. (Captura de tela/YouTube/Chosen People Ministries)
Judeus comemoram Dia da Independência de Israel. (Captura de tela/YouTube/Chosen People Ministries)

A tradicional cerimônia de acendimento da tocha marcou o início do Dia da Independência e o término do Yom Hazikaron, o Dia da Memória de Israel para os Soldados Caídos e Vítimas do Terrorismo.

Durante Yom HaAtzmaut – dia da Independência de Israel – os israelenses participam de uma série de eventos comemorativos, incluindo desfiles, fogos de artifício e cerimônias oficiais.

A data também uma oportunidade para refletir sobre os desafios e conquistas da nação desde a sua fundação, em 14 de maio de 1948, quando David Ben-Gurion leu a declaração de independência do país.

David Ben-Gurion declarando independência sob um grande retrato de Theodor Herzl, fundador do sionismo moderno. (Foto: Wikipedia)

Lembrando 7 de outubro

Tochas foram acesas em Zikim, Sderot e outras cidades do sul, bem como perto do Kibutz Re'im, onde 364 participantes do festival de música Supernova foram assassinados pelo Hamas em 7 de outubro.

Quarenta e quatro pessoas foram escolhidas para acender as 12 tochas: a tocha das forças de segurança, a tocha dos serviços de emergência, a tocha dos socorristas, a tocha dos esquadrões de resposta imediata, a tocha da frente de diplomacia pública, a tocha do escudo, a tocha da esperança, a tocha da medicina e reabilitação, a tocha da vitória do espírito, a tocha da doação, a tocha da Diáspora e a 12ª tocha, que arderá sem portadores para simbolizar os reféns em Gaza.

Como parte da cerimônia, que foi ajustada para refletir "a atmosfera pública de luto, perda e profunda dor do povo de Israel", foi transmitido um discurso em vídeo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Pela primeira vez, o primeiro-ministro foi fotografado envolto em tefilin, pequenos cubos de couro que contêm pergaminhos com passagens da Torá. Eles são usados por judeus durante as orações matinais em dias úteis.

Em seu Instagram, escreveu: “Que todo o povo da terra veja que o nome do Senhor é invocado sobre ti e verão de ti. ... Que a memória dos nossos caídos seja abençoada e guardada em nossos corações para sempre.”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, usando tefilin. (Foto: Instagram/b.netanyahu)

A natureza comemorativa do principal evento do Dia da Independência foi atenuada a pedido de familiares de parte dos 132 reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas na Faixa de Gaza.

Este ano, por motivo de segurança, a cerimônia foi gravada antecipadamente sem a presença de público.

O sobrevoo da Força Aérea Israelense, que tradicionalmente ocorre no dia de Yom Haatzmaut, foi cancelado devido ao foco das forças militares na guerra.

Sentido espiritual

A celebração do Yom HaAtzmaut não é apenas um feriado nacional, mas um dia de profundo significado espiritual, lembrando os judeus em todo o mundo do cumprimento das promessas e profecias bíblicas sobre a continuidade de sua história e identidade.

Diversas profecias no Antigo Testamento referem-se ao retorno dos judeus à sua terra e à restauração de Israel como nação. Entre elas, destacam-se:

Ezequiel 37:21-22: "Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde foram, e os congregarei de todos os lados, e os levarei à sua própria terra. E farei deles uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nunca mais para sempre se dividirão em dois reinos."

Isaías 11:11-12: "Naquele dia o Senhor estenderá outra vez a sua mão para resgatar o remanescente do seu povo que restar da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate e das ilhas do mar. Ele levantará um estandarte para as nações e ajuntará os desterrados de Israel; e os dispersos de Judá reunirá desde os quatro cantos da terra."

Jeremias 30:3: "Porque, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo de Israel e de Judá, diz o Senhor; e torná-los-ei a trazer à terra que dei a seus pais, e a possuirão."

A restauração de Israel em 1948 é vista por muitos como um cumprimento dessas promessas antigas, marcando o início de uma nova era para o povo judeu e sua terra ancestral.

‘Espírito do povo’

A população de Israel atingiu 9,9 milhões, um aumento de 189.000 pessoas (1,9%) em relação a 2023, segundo dados divulgados pelo Gabinete Central de Estatísticas na semana passada, antes do Dia da Independência. Até o final do ano, a população deve atingir a marca de 10 milhões.

Netanyahu esteve com os portadores da tocha no domingo (12) e disse que, assim como Israel enfrenta atualmente um embargo de armas dos EUA no meio da guerra contra o Hamas, o mesmo ocorreu quando os exércitos árabes tentaram destruir o recém-formado Estado de Israel em 1948.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro, fala no Dia da Independência de Israel. (Captura de tela/YouTube/CBN News)

“Vocês representam os heróis do espírito e da ação entre o nosso povo. ... Na Guerra da Independência [em 1948], éramos do tamanho de um grão de areia – 600.000 pessoas ao longo da orla, com as costas voltadas para o mar, sem armas”, disse Netanyahu aos homenageados.

"Aliás, havia um embargo dos EUA naquela época, [estávamos] sem recursos, e enfrentávamos cinco exércitos árabes – e vencemos. Como vencemos? Com heróis do espírito e da ação. Com o espírito do nosso povo. Essa foi a nossa arma secreta, não temos outra arma. Existem outras, mas sem essa, não somos nada. Isso é o que vocês representam hoje", acrescentou o primeiro-ministro.

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