
O Estado Islâmico – também conhecido como EI, ISIS, ISIL ou Daesh (sigla em inglês) – perdeu o último território de seu autoproclamado califado no Oriente Médio em 2019. Mas a ideia de que o grupo foi completamente derrotado se mostrou equivocada.
O grupo terrorista continua representando uma ameaça ativa à segurança global. Suas ações colocam em risco pessoas de todas as religiões – e também aquelas sem religião – sendo ainda um dos principais responsáveis pela perseguição aos cristãos em diversas regiões.
Mesmo no auge de seu controle sobre o califado do Oriente Médio, o grupo terrorista estava se estabelecendo em outros lugares: primeiro no norte da África, depois no centro-sul e sudeste da Ásia e, provavelmente com mais sucesso, na África subsaariana.
A expansão mais significativa, no entanto, ocorreu na África Subsaariana, onde está localizada a República Democrática do Congo (RDC). Essa região tem sido alvo frequente de ataques violentos promovidos pelo grupo.
Ataques recentes e graves
O mais recente foi a morte de mais 40 cristãos no nordeste da RDC, ataque reivindicado pelos militantes islâmicos.
Os episódios de violência ocorreram ao longo de duas semanas, iniciadas em meados de setembro.
O ataque mais grave ocorreu em 26 de setembro, no distrito de Beni, província de Kivu do Norte.
Segundo o grupo extremista Estado Islâmico na África Central (ISCAP), “isso levou à morte de pelo menos nove cristãos e ao incêndio de um caminhão e três motocicletas”.
Um vídeo de propaganda do Estado Islâmico de 2022 mostra combatentes no Iraque. (Captura de tela/Syrian Observatory for Human Rights)
A maior parte das mortes ocorreu nos distritos de Beni e Lubero, na província de Kivu do Norte, onde o grupo ISCAP mantém forte presença.
No início de setembro, cerca de 102 cristãos foram brutalmente assassinados em um ataque à vila de Ntoyo, localizada em Lubero.
O ISCAP já reivindicou o assassinato de pelo menos 590 “cristãos infiéis” desde o Natal de 2024.
Em um vídeo de propaganda divulgado em setembro, o grupo ISCAP afirma ter travado conflitos contra cristãos e forças militares na RDC e em Uganda ao longo da última década.
Segundo a declaração, essas ações incluíram assassinatos, expulsões, incêndios em igrejas e quartéis, além da interrupção de atividades comerciais.
O vídeo, analisado pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio, também revela os esforços do ISCAP para forçar membros de comunidades cristãs a se converterem ao islamismo.
De acordo com relatos recebidos pela Barnabas Aid, aqueles que se recusam a abandonar sua fé são mortos.
Um porta-voz do ISCAP declarou que o grupo não deve mais ser identificado por seu antigo nome, Forças Democráticas Aliadas. Ele enfatizou que a organização está comprometida com o Estado Islâmico (também conhecido como EI, ISIS, ISIL ou Daesh), e pediu que a mídia internacional reconheça essa afiliação em suas reportagens.
“Somos seus soldados”, declara o porta-voz, “lutando sob a bandeira do Estado Islâmico e do Califa. E o Estado Islâmico está lutando com base na metodologia profética, no caminho do Profeta Maomé.”