Depois que autoridades da China fecharam as portas de uma igreja classificada como “clandestina”, seus membros saíram para realizar cultos em praça pública. Governado pelo Partido Comunista da China, o país é classificado como um dos que mais perseguem cristãos no mundo.
Um vídeo publicado no domingo (9) por Christopher Gregory, da organização China Missions, mostra cristãos orando, louvando e pregando o Evangelho nas ruas. Trechos das imagens mostram fiéis cantando alegremente, falando sobre Deus em microfones e orando publicamente.
A igreja, localizada na cidade de Chengdu, costumava fazer cultos aos domingos até ser fechada pelas autoridades chinesas, disse Gregory ao site Christian News Network. O pastor foi detido por policiais na ocasião, mas foi solto mais tarde.
“Acharam que era o fim [da igreja], mas não era. As pessoas levaram o Evangelho às ruas e fizeram os cultos nos parques, enquanto as autoridades observavam perplexas sem saber o que fazer”, descreveu Gregory na legenda do vídeo.
“Pela primeira vez, as pessoas em toda a China estão dizendo ‘não’ ao que o Partido Comunista quer — controle. Controle sobre o que elas podem fazer, no que podem acreditar, onde podem ir, o que podem dizer. É mais um sinal de que algo está começando a tomar forma aqui na China, um chamado para a democracia”, o missionário acrescentou.
Controle religioso
Embora a China seja um Estado laico, o governo exige que os cristãos façam parte de associações autorizadas pelo Partido Comunista.
Os protestantes devem seguir as normas do Movimento Patriótico das Três Autonomias e da Associação Cristã da China, enquanto os católicos devem se registrar na Associação Patriótica Católica.
Já as igrejas que não seguem a liturgia oficial do governo são consideradas clandestinas. As chamadas “igrejas domésticas”, como a congregação de Chengdu, é formada por cristãos que se reúnem nas casas.
“Como a maioria das igrejas oficiais é instruída a ensinar a lealdade ao Partido Comunista, promovendo muitas vezes os princípios dessas crenças, muitos fieis se encontram fora do sistema religioso oficial, em grupos conhecidos como igrejas domésticas ou subterrâneas”, explica a organização China Aid.
No entanto, as igrejas que estão fora do registro oficial estão sujeitas à prisão. A aplicação da pena varia de província para província.
“O governo está tentando silenciar qualquer coisa relacionada ao cristianismo por causa de seu crescimento. A China está enfrentando uma resistência interna e vê o aumento de cristãos como um risco de perder o controle sobre a sociedade”, explicou Gregory.
Gregory ainda pediu orações pelo país: “Ore por todas as igrejas na China, tanto sancionadas pelo Estado como as não registradas (igrejas domésticas). Ore por uma mudança aqui, para que o Evangelho alcance o coração dos homens para que a verdadeira mudança possa acontecer, então veremos um avivamento na China”.