Quatro meses depois da onda de ataques islâmicos contra igrejas e casas de cristãos no Paquistão, a minoria cristã celebrou o Natal em segurança, no final de semana.
Segundo o The Christian Post, em todo o país, igrejas e ruas foram enfeitadas com luzes e árvores para a comemoração natalina.
Mesmo após enfrentar perseguição violenta, os seguidores de Cristo vestiram seus trajes festivos e se reuniram nas igrejas para orar pela paz e pela unidade, conforme o jornal local Dawn.
Em grandes cidades como Karachi, Islamabad, Lahore e Peshawar, muitas igrejas realizaram cultos especiais de Natal.
Segurança para igrejas
De acordo com o Pakistan Today, o governo facilitou que as celebrações acontecessem, adiantando salários e licenças a funcionários cristãos e garantindo segurança para as igrejas.
“O Natal é o nosso dia mais feliz”, contou o pastor Faheem Shahzad, líder da Igreja Presbiteriana.
“As pessoas vêm às igrejas para assistir às orações e participar de diversas funções. Sou grato a Deus porque as pessoas sempre expressam amor, paz e unidade por meio dessas orações”.
Em agosto de 2023, centenas de pessoas invadiram e atacaram um bairro cristão de Jaranwala, em Faisalabad.
Os islâmicos ficaram furiosos com os relatos de uma suposta profanação do Alcorão e queimaram cerca de 25 igrejas e casas de fiéis.
Situação dos cristãos no Paquistão
No Paquistão, vivem aproximadamente 4,2 milhões de cristãos, situados nas fronteiras com o Afeganistão, China, Índia e Irã.
Essa parcela da população representa apenas 1,8% dos 229 milhões de habitantes do país. A maioria esmagadora, correspondendo a 96,5%, pratica o Islã, seguida por 2,1% de hindus.
Oficialmente, a constituição do Paquistão protege os direitos das minorias religiosas. Existem leis contra a conversão forçada e um Plano de Ação Nacional contra o terrorismo inclui medidas por parte das autoridades de aplicação da lei para combater discursos de ódio sectários e o extremismo religioso violento.
No entanto, críticos argumentam que o governo tem falhado em assegurar esses direitos.
A Portas Abertas, uma instituição de caridade cristã que oferece auxílio a igrejas perseguidas globalmente, relata que os cristãos no Paquistão são tratados como cidadãos de segunda classe.
O país ocupou a 7ª posição na lista global da instituição de caridade, que elenca os lugares mais desafiadores para os cristãos viverem.