
Um vídeo de um pastor nigeriano clamando por socorro durante um enterro de cristãos, vítimas de ataques islâmicos, viralizou nos últimos dias.
As imagens, compartilhadas pelo evangelista e cantor americano Sean Feucht nas redes sociais, mostram o líder em uma vala comum com vários corpos.
Em seu discurso, o pastor denunciou o genocídio de cristãos na Nigéria. “Estamos cansados de estar lá fora realizando enterro todos os dias, e eles esperam que fiquemos em silêncio agora”, desabafou.
“O governo se manifestou abertamente e negou que haja massacre, que haja genocídio de cristãos na Nigéria e vejam isso hoje. Há algum muçulmano aqui?”, questionou ele, apontando para os corpos na vala.
E as pessoas presentes responderam em uma só voz: “Não”. Em seguida, o pastor pediu uma ação dos Estados Unidos para deter a perseguição no país africano.
“Nações Unidas, eu sei que vocês estão me assistindo. Senado Americano, estão vendo o que estou fazendo, o que estou dizendo aqui. Conselheiro Especial de Trump, agora, por favor, diga a Trump para salvar nossas vidas na Nigéria. Eles estão matando cristãos na Nigéria, massacrando cristãos”, afirmou.
E acrescentou: “Se eles dizem que matam muçulmanos, esses muçulmanos estão sendo mortos por quem? Por muçulmanos”.
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Genocídio de cristãos
Organizações e líderes cristãos têm denunciado a perseguição contra comunidades cristã na Nigéria, classificando a onda de violência como genocídio.
Os cristãos na Nigéria têm sido vítimas de ataques constantes de terroristas Fulani, principalmente nos estados de Benue, Plateau, Kaduna e Níger. Milhares de cristãos foram mortos ou sequestrados, e centenas de igrejas foram destruídas ou atacadas.
Mais de 7 mil cristãos foram assassinados por extremistas islâmicos e terroristas fulani na Nigéria, desde o início de 2025, de acordo com um recente relatório da Sociedade Internacional para Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety).
A organização, que defende os direitos humanos e é liderada pelo pesquisador cristão Emeka Umeagbalasi, relatou que pelo menos 7.087 cristãos foram massacrados, de 1º de janeiro a 10 de agosto, no país africano.
Além disso, 7.800 outros cristãos foram detidos e sequestrados devido à sua fé. "O massacre brutal de cristãos se traduziu em uma média de 30 mortes de cristãos por dia e mais de uma morte por hora", afirmou o relatório.
O relatório também estima que "185.009 nigerianos indefesos" foram mortos desde 2009, incluindo 125.009 cristãos e 60.000 muçulmanos liberais.
Cerca de 19.100 igrejas foram destruídas nesse período, mais de 1.100 comunidades cristãs foram saqueadas e 600 líderes cristãos foram sequestrados, incluindo 250 padres católicos e 350 pastores.
Governo nigeriano não protege os cristãos
Organizações têm denunciado o governo nigeriano por não proteger as comunidades cristãs e não punir os terroristas.
Apesar de observadores internacionais classificarem que o que está acontecendo com as comunidades cristãs na Nigéria como perseguição religiosa e genocídio, o governo nega que a onda de violência seja um conflito religioso, mas apenas confrontos entre agricultores e pastores fulani.
A crise humanitária provocada pela violência de grupos terroristas continua se intensificando. Milhares de pessoas deslocadas estão refugiadas em escolas, igrejas e áreas abertas, enfrentando escassez de água potável, alimentos e atendimento médico.
A Nigéria ocupa o 7° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.