Mais de 7 mil cristãos foram mortos na Nigéria em 2025, denuncia relatório

Outros 7.800 cristãos foram sequestrados por grupos islâmicos e terroristas fulani desde o início do ano, segundo a Intersociety.

fonte: Guiame, com informações de The Christian Post

Atualizado: Sexta-feira, 15 Agosto de 2025 as 10:19

Funeral de cristãos mortos em 1º de junho de 2025 no estado de Benue. (Foto: Morning Star News).
Funeral de cristãos mortos em 1º de junho de 2025 no estado de Benue. (Foto: Morning Star News).

Mais de 7 mil cristãos foram assassinados por extremistas islâmicos e terroristas fulani na Nigéria, desde o início de 2025, de acordo com um novo relatório da Sociedade Internacional para Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety).

A organização, que defende os direitos humanos e é liderada pelo pesquisador cristão Emeka Umeagbalasi, relatou que pelo menos 7.087 cristãos foram massacrados, de 1º de janeiro a 10 de agosto, no país africano.

Além disso, 7.800 outros cristãos foram detidos e sequestrados devido a sua fé. "O massacre brutal de cerca de cristãos se traduziu em uma média de 30 mortes de cristãos por dia e mais de uma morte por hora", afirmou o relatório.

“Se estima que 35 cristãos também tenham sido sequestrados diariamente e cerca de dois por hora, nos últimos sete meses e dez dias de 2025”.

O documento da Intersociety alerta que a Nigéria está fornecendo um "refúgio seguro" para pelo menos 22 grupos terroristas islâmicos, muitos ligados ao Estado Islâmico, que planejam extinguir cristãos e religiosos tradicionais em todo o país.

A organização está acompanhando a perseguição na Nigéria desde 2010. "Temos seguido os padrões e tendências, e a situação está piorando", comentou o diretor Emeka Umeagbalasi, ao The Christian Post.

O relatório também estima que "185.009 nigerianos indefesos" foram mortos desde 2009, incluindo 125.009 cristãos e 60.000 muçulmanos liberais. 

Cerca de 19.100 igrejas foram destruídas nesse período, mais de 1.100 comunidades cristãs foram saqueadas e 600 líderes cristãos foram sequestrados, incluindo 250 padres católicos e 350 pastores.

Descaso do governo diante do genocídio

Para Emeka, o governo nigeriano é culpado por não proteger as comunidades cristãs e não punir os terroristas.

Ele defendeu que o Departamento de Estado dos Estados Unidos inclua novamente a Nigéria em sua lista de "Países de Preocupação Particular". A medida possibilita impor sanções ao país africano. 

Emeka Umeagbalasi também pediu aos líderes dos EUA, Europa e Canadá que proíbam os muçulmanos fulani e os principais líderes islâmicos de viajar para "esses países compatíveis e respeitadores da liberdade religiosa".

Apesar de observadores internacionais classificarem que o que está acontecendo com as comunidades cristãs na Nigéria como perseguição religiosa e genocídio, o governo nigeriano nega que a onda de violência seja um conflito religioso, mas apenas confrontos entre agricultores e pastores fulani.

A crise humanitária provocada pela violência de grupos terroristas continua se intensificando. Milhares de pessoas deslocadas estão refugiadas em escolas, igrejas e áreas abertas, enfrentando escassez de água potável, alimentos e atendimento médico.

A Nigéria ocupa o 7° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

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