
No Irã, o medo faz parte do dia a dia dos cristãos, que correm o risco de serem presos, torturados e condenados pela governo islâmico.
O país adota uma legislação completamente alinhada com a lei islâmica, tornando crime a propagação de qualquer religião que não seja o islamismo.
A pena de morte, inclusive, é prevista para aqueles que insultarem o profeta Maomé. A legislação iraniana proíbe cidadãos muçulmanos de mudar ou renunciar à sua fé. A conversão é considerada crime.
Igrejas evangélicas são proibidas de funcionar, vistas como “grupos políticos sionistas de oposição”.
O cristão Amir* experimentou essa realidade e decidiu fugir do Irã para viver sua fé em liberdade. Porém, há dois meses, ele acabou sendo descoberto e levado para um campo de deportados.
Agora, ele pode ser levado de volta para o Irã a qualquer momento, correndo risco de ser perseguido em sua própria nação.
“Eu saí porque não conseguia mais esconder minha fé. Mas se me mandarem de volta agora, não sei o que me espera”, contou ele, em entrevista à Portas Abertas.
Ambiente insalubre
Segundo a Missão, o campo de deportados é um verdadeiro teste de sobrevivência. O local é sujo e os detentos ganham pouca comida.
No inverno rigoroso, o ambiente é fechado e os refugiados ficam aglomerados e sem ventilação.
Mesmo detido e enfrentando a incerteza sobre seu futuro, Amir está pregando o Evangelho no campo.
“A maioria das pessoas aqui é muçulmana. Algumas ouvem, outras não querem, mas algumas creem! Lemos a Bíblia juntos quando temos oportunidade”, relatou ele.
Durante o Ramadã no mês passado, discipular os novos convertidos ficou mais desafiador. “Muitos jejuaram, rezaram e leram o Alcorão com mais frequência do que antes. Tudo isso faz com que os novos fieis se sintam ainda mais isolados”, comentou.
Quando a fé dos novos crentes é provada, Amir os lembra: “Não abandonamos o islã por causa das pessoas, abandonamos porque encontramos a verdade. Jesus é a verdade, e Ele não muda só porque sentimos medo. Vamos nos lembrar da nova identidade que encontramos em Jesus”.
O cristão pediu oração pela situação difícil que estão enfrentando. “Orem para que os novos fieis não sejam abalados, para que permaneçam fortes na fé e para que eu não seja enviado de volta ao Irã”, disse.
O Irã ficou em 9° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.
*Nome alterado por razões de segurança.