Bastou uma oportunidade aproveitada e pronto, Mariza Eiras iniciou uma série de trabalhos que já ajudou muita gente. Em outubro do ano passado, a professora saiu de Formosa (Goiás) para passear em Brasília e quando chegou na rodoviária, aproveitou para almoçar. Enquanto se alimentava, ela viu um mendigo e sentiu que deveria ajudá-lo.
Ela relembra: “A cada garfada que eu dava, uma voz falava: ‘Esse homem não comeu. Pergunta se ele quer comer’”. Foi então que Mariza não só o levou para almoçar, mas também convidou o homem para ir à igreja. Ela chegou até mesmo a para pagar um local para que ele pudesse morar até que encontrasse um emprego.
Engana-se quem pensa que somente a vida do homem foi transformada. Tudo mudaria para Mariza a partir daquele dia. Ela entendeu que resgatar moradores de rua era seu ministério. Em menos de um ano, a professora chegou a ajudar 15 deles os levando de volta para suas famílias. Além disso, quatro deles chegaram a ser batizados.
“Para a gente chegar aonde eles estão, você precisa se rebaixar mesmo, porque é um povo que todo mundo tem medo, que ninguém quer se aproximar. Eu passei a ver essas pessoas com muito mais amor. Eu passei a ver essas pessoas com o olhar que Jesus olhava”, diz ela que sai de casa todos os domingos para ajudar quem precisa. Para a professora, não dá para desenvolver esse ministério sem participar da história de cada um.
Discipulado
“Se você não amar, você não consegue nada. Se você não se envolver é em vão você entregar o seu pão. Jesus se envolvia”, disse. Apesar de seus esforços, Mariza acha que faz pouco. “Eu vejo pessoas com muitas coisas, muitas casas, muitos carros. E o meu ‘tudo’ fica na rua, tudo o que eu tenho, tudo o que ganho, porque eu vejo retorno. Por mais que eu não tenha nada, eu dou tudo o que tenho para Deus”, pontua.
Para o pastor Charlles Britis, presidente da Igreja no Planalto Central, o discipulado é um processo pessoal. “O discipulado é sempre uma vivência de relacionamentos pessoais. Não acontece em massa ou na multidão. Como o alvo é viver mais intensamente uma experiência de discipulado, o caminho que faz sentido é o modelo de Jesus. E Ele, embora alimentasse a multidão, se dedicou intencionalmente em um pequeno grupo de pessoas com quem viveu relacionamentos transformadores, seus discípulos”, finaliza.