
A autora e pedagoga cristã Vitoria Reis está alertando os pais sobre livros com conteúdo pornográfico feito para adolescentes e crianças.
Durante a Bienal do Livro no Rio de Janeiro, Vitoria mostrou exemplos de publicações com uma estética para o público infantojuvenil, porém com conteúdos eróticos, conhecidos como “livros hot”.
“Estou de frente para uma estante só com livros claramente focados para crianças e adolescentes, todos, sem exceção, com conteúdo pornográfico. E os próprios adolescentes colocam códigos”, disse ela, em vídeo compartilhado no Instagram, na terça-feira (24).
“Capas infantilizadas, coloridas e aparentemente leves, têm escondido conteúdos podres e totalmente deturpados”, explicou.
Títulos como: “No Ritmo do Jogo”, “Farejando o Amor”, “Disseram ser Sorte”, “Todo esse Tempo”, “A Aposta do Coração”, “Mais ou menos 9 horas”, “Rumores da Cidade”, “Ela fica com a Garota”, “A Jogada do Amor”, “Orgulho e Preconceito e nós Duas”, “O Legado das Águas”.
A pedagoga chamou a atenção dos pais que estão comprando livros do gênero achando que o conteúdo é próprio para a idade dos filhos.
“O pior é que as mães estão comprando para as filhas. Essa é a nossa realidade hoje”, disse Vitoria.
“Muitas mães celebram o fato de que seus filhos leem muito, mas o que eles estão lendo?”, refletiu.
A autora, que tem lutado contra a sexualização de menores e pela proteção da infância, destacou que a cultura pornográfica invadiu a literatura.
“A sexualização precoce avança a passos largos e eles usam todas as ferramentas possíveis”, denunciou.
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Efeitos nocivos em menores
Tatielle Katluryn, escritora de ficção cristã da editora Mundo Cristão, também fez um alerta sobre o perigo de “livros hot” para crianças e adolescentes.
“A bienal terminou e foi um sucesso de vendas. Mas você sabe que tipo de livro sua filha menor de idade levou para casa?”, questionou Tatielle, em publicação no Instagram.
A autora contou que uma menina de 13 anos entrou no seu stand, perguntando onde poderia comprar uma obra famosa que contém conteúdo erótico.
“Disse que achava que aquela leitura não era para ela. A menina disse ‘Tá bom’ e saiu. Mas acho que ela comprou o livro”, disse.
A escritora lembrou que anos atrás, nas locadoras, havia uma parte com filmes pornográficos onde os menores eram proibidos de entrar.
“Nem se eu quisesse, não conseguiria alugar um filme assim por ser menor de idade. Então, porque é tranquilo crianças e adolescentes comprarem livros + 18, com conteúdo explícito e inapropriado para seu desenvolvimento saudável?”, afirmou.
Capas fofas, histórias eróticas
Vitória, que também é psicóloga, estudou sobre os efeitos nocivos que o contato precoce com conteúdos sobre sexo pode provocar em menores.
A cristã exemplificou com sua própria experiência de ler “livros hot” na adolescência. “Muitas vezes, me deixava levar pela sinopse e capa fofa, mas me deparava com conteúdo explícito que afetou meu imaginário e não tinha mais como ‘desler’”, comentou.
E enfatizou: “Não adianta dizer que pula as páginas com hot, sem querer você acaba lendo e aquilo se fixa na sua mente como chiclete”.
Segundo Tatielle, as editoras têm investido em capas com design que não revela o conteúdo pornográfico da história.
“Não se deixem enganar com capas fofas. Isso acaba passando despercebido pelos pais. Conteúdos impróprios vão afetar gravemente a saúde mental e física dos seus filhos!”, afirmou.
A escritora ainda defendeu que as editoras adotem a classificação indicativa nas contracapas dos livros, e que livrarias indiquem nas estantes e nos sites quais publicações são adultas.
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