
A família de um idoso que foi morto vítima de um acidente de trânsito nos Estados Unidos perdoou o homem que causou sua morte e encorajou o juiz a fazer o mesmo.
No dia 8 de novembro de 2024, Tom King, um marinheiro aposentado de 72 anos, foi atingido por uma picape enquanto realizava a entrega de alimentos do Exército da Salvação.
Tom era voluntário e realizava atividades com o ministério cinco dias por semana. Neste dia, ele dirigia sua motocicleta pelo centro de Akron, cidade de Ohio, onde foi atingido pela picape que avançou o sinal vermelho.
O motorista do veículo era Brandon Wellert, de 25 anos, que estava voltando para casa do trabalho por uma rua desconhecida.
Após o acidente, Tom sofreu um ferimento grave na cabeça e foi levado para um hospital próximo. Lá, os médicos disseram à família que era apenas uma questão de tempo até que seu coração parasse.
Naquele momento, a família pensou no jovem culpado pelo acidente e começou a orar por ele.
“Tom perdoou aquele rapaz antes que ele batesse no meio-fio”, disse Rick King, irmão mais novo de Tom.
Nos meses seguintes, a família de King pressionou as autoridades a também perdoarem Brandon, e até foram ao tribunal para defendê-lo.
O perdão
Na noite do acidente, quando Christy Boulton, mãe de Brandon, soube do ocorrido, ela também orou por Tom e pelo filho.
“A noite toda oramos para que ele ficasse bem”, disse Christy.
Uma semana após o acidente, Brandon foi acusado de homicídio veicular e poderia pegar seis meses de prisão. Como ele estava dirigindo um caminhão da empresa, o jovem também perdeu o emprego.
Tempo depois, Rick, irmão da vítima, defendeu que Brandon não fosse para a prisão.
“Eu não podia fazer nada por Tom, ele já tinha ido embora. Eu pensei: ‘Por que colocar aquele jovem na cadeia? A maioria das pessoas neste mundo já ultrapassou um sinal vermelho’”.
O irmão gêmeo da vítima, Tim King, disse que a compaixão de Tom moldou a forma como os familiares reagiram ao acidente.
“Tom foi apenas uma vítima das circunstâncias. Não havia necessidade de sermos vingativos”, afirmou ele.
Segundo Carmen Tenney, neta de Tom, o perdão não fez a dor do luto ir embora. Ela tinha visto o avô um dia antes do acidente.
“Ele seria o cara que me levaria até o altar. Ele não vai estar lá. Eu estava com raiva”, disse Carmen.
No entanto, ela reconheceu que Tom gostaria que ela perdoasse Brandon, mas não foi fácil.
À medida que o dia da sentença de Brandon se aproximava, Carmen contou que começou a mudar seus pensamentos.
“Minha mãe me disse: ‘Eu sei que mesmo na minha raiva meu pai o perdoou. Não deixe que a vida de Brandon seja arruinada por um acidente’”, relembrou ela.
O legado de Tom
No dia do julgamento, Carmen relatou: “Eu disse a Brandon: ‘Espero que em breve você possa se perdoar’. E isso é basicamente tudo que eu consegui dizer sem desmoronar”.
Brandon se declarou culpado, e a família de Tom pediu que ele fosse designado para fazer serviço comunitário para o Exército da Salvação como uma forma de continuar o legado do falecido.
Então, o juiz deu a ele 80 horas de serviço comunitário e suspendeu sua habilitação. Além disso, Brandon não recebeu pena de prisão.
“Eu vi Deus hoje”, declarou no Facebook a mãe de Brandon, Christy, após o julgamento.
Embora ela nunca tenha conhecido a vítima, ela afirmou ser grata pelo legado de Tom: “Tom King abençoou minha vida”.
Apesar do desfecho da história, a noite do acidente continua sendo algo difícil para Brandon superar:
“Estou aguentando firme. Ainda é difícil pensar nisso. Não importa quantas vezes você continue repetindo isso na sua cabeça, nunca vai fazer sentido”.
Atualmente, ele segue fazendo terapia e servindo no Exército da Salvação.