
Recentemente, a missão Portas Abertas foi até a Líbia e visitou as famílias dos cristãos que foram decapitados por militantes do Estado Islâmico, em uma praia no país.
O atentado ocorreu há dez anos, em 15 de fevereiro de 2015, onde 21 cristãos foram mortos nas margens de Sirte, na Líbia.
Ao todo, foram 20 egípcios coptas e um ganês, esses homens eram operários de construção civil e deixaram o Egito em busca de melhores oportunidades para sustentar suas famílias.
Naquele dia fatídico, eles estavam vestidos de laranja, enfrentando os terroristas vestidos de preto. Capturados há mais de um mês, eles haviam suportado prisão, tortura e medo, mas não negaram Jesus.
‘Eu perdoei os militantes’
Samir, pai do cristão Girgis, contou: “Girgis tinha apenas 24 anos quando foi sequestrado e decapitado. Estava noivo e planejava se casar em agosto daquele mesmo ano, quando finalmente planejava voltar da Líbia para o Egito para sempre. Girgis está com Jesus, e isso é o que importa agora. Eu sinto falta dele a cada segundo”.
Em seguida, o pai revelou: “Eu perdoei os militantes que mataram meu filho. Eles não sabiam o que estavam fazendo”.
“Meu filho é um mártir por Jesus, e isso é uma bênção. Eu oro por aqueles que o mataram, para que possam conhecer a Verdade e seguir a luz”, acrescentou.
Segundo a missão, o perdão é uma convicção que todas as famílias que perderam entes queridos no ataque na Líbia compartilham. A dor é outro ponto em comum, mas a fé deles supera tanto a dor quanto a raiva.
Os parceiros da Portas Abertas também foram à casa de Loka, outro cristão decapitado. Ele tinha 27 anos, era marido e pai, e havia viajado para a Líbia para sustentar a família.
‘Não negou Jesus’
Na época, após assassinarem os 21 cristãos, o Estado Islâmico negou que eles tivessem um sepultamento digno. Sem caixão, sem orações e sem funeral, os corpos foram descartados em uma vala.
Três anos depois, um dos militantes capturados revelou a localização de onde os mártires haviam sido escondidos e os restos mortais foram finalmente devolvidos ao Egito.
O pai de Loka, Nagaty, caminhou com a cabeça erguida, não porque o filho havia morrido, mas porque ele não negou a Cristo mesmo diante da tortura e da morte.
“Eu ouvi sua voz, chamando o nome de Jesus pouco antes da decapitação. Era a voz dele. Eu o reconheci. E fiquei aliviado. Ele foi fiel. Jesus estava com ele o tempo todo. E agora, ele está com Jesus. O que mais um pai poderia pedir?”, declarou ele.
“O 10º aniversário dos mártires coptas na Líbia é um marco solene, um momento para honrar esses homens que testemunharam Cristo até a morte. Mas também é um lembrete: nem todos são chamados a morrer por sua fé, mas todos são chamados a vivê-la corajosamente”, declarou a Portas Abertas.
A Líbia ficou em 4º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025 como um dos lugares mais difíceis para ser cristão.