O cearense José Ribeiro de Souza Júnior, de 35 anos, teve alta de um leito de UTI onde permaneceu em estado grave por 38 dias com complicações da Covid-19 e desenganado pelos médicos.
“Foi um deserto que ainda não terminei de atravessar”, explicou com uma letra ainda trêmula em carta, que assinou como “um possível milagre”. Nela, Júnior faz diversos agradecimentos, mas “em 1º lugar a Deus, o Médico dos médicos”.
Júnior deixou a vaga de alta complexidade e foi transferido a uma comum, para finalizar a recuperação, o que deve durar cerca de uma semana. Em coro, familiares e profissionais da saúde cantaram para ele a música que o empresário revelou, em carta, que “cantaria, se pudesse”: o louvor “Ninguém explica Deus”.
Júnior havia sido internado no dia 27 de janeiro, depois que o quadro iniciado com dores no corpo e baixa saturação se agravou. Menos de um mês depois, no dia 24 de fevereiro, os médicos comunicaram à família que ele estava em processo de falência de órgãos e choque séptico, e só teria mais 24 horas de vida.
Em relato emocionado sobre conversa que teve com o marido, após a alta da UTI, Tatiana Leitão, 44, afirma que Júnior ouviu quando a equipe médica o deu como “praticamente morto”.
“Ouvi quando começaram a falar que eu estava morto. Tinha várias pessoas aqui, eu sentia elas pegando em mim. Eu pensava: ‘Deus, eu tô vivo. Eles pensam que eu tô morto, mas eu sei que não estou. Me dê forças para eu acordar, me dê mais uma chance!’”, disse Júnior.
Tatiana chegou a reunir um grupo de pessoas em frente ao Hospital Regional da Unimed (HRU), em Fortaleza, onde Júnior estava, em louvor e oração pela cura dos pacientes com Covid-19 internados lá. O momento foi transmitido pelo perfil dela, no último dia 27.
"Em momento nenhum eu senti que ele ia morrer. Eu sentia que a gente ia passar por esse processo, só não sabia o tempo. Sentia desde o primeiro olhar dele, quando ele me disse que tava doente, com medo. Deus tranquilizou meu coração. Sabia que a gente ia passar por uma luta grande, mas que ele não morreria", declarou Tatiana.
Leia a carta escrita por Júnior:
"Mesmo não tendo a escrita da minha filha, Malu de apenas 7 anos, e vendo o quão difícil torna, em palavras meus sentimentos, gostaria em 1° lugar de agradecer a Deus, o médico dos médicos, que operou, sempre à frente, e guiou com sabedoria a todos que estiveram ao meu lado. Em 2° sem descrever nome pra não esquecer de ninguém, em especial cito minha família que esteve ao meu lado orando e clamando por um milagre. É, aqui estou!!! Vivo e orando e agradecendo a Deus por este testemunho de vida. Foi um deserto, que ainda não terminei de atravessar, mas assim como Deus atravessou seu deserto, hoje concluo mais uma etapa da minha vida. Feliz, orei!!! Muito forte. Se eu pudesse cantar para esta equipe maravilhosa, cantaria um louvor: Ninguém explica Deus.
Ass: Um possível milagre."