O mais novo presidente da Nigéria, eleito neste final de semana, é Muhammadu Buhari, um muçulmano apoiado por líderes cristãos. A expectativa é que ele combata a corrupção e o terrorismo sectário.
Buhari, cujo vice-presidente é um ex-procurador-geral que virou pastor de uma Igreja no sul da Nigéria, poderia ajudar a acabar com a violência religiosa na Nigéria, como explica David Curry, presidente da Portas Abertas nos Estados Unidos.
"Durante a campanha, ele afirmou que iria acabar com a insurgência em poucos meses, se fosse eleito. Estamos orando para que siga com essa promessa e se comprometa a proteger a liberdade de expressão religiosa", disse Curry em um comunicado de imprensa. "Nós continuamos preocupados com os cristãos que têm sido alvo de violência por parte de extremistas islâmicos. Esta eleição vai definir se a Nigéria permanecerá em seu estado atual, ou se será bifurcada por um califado instituído pelo Boko Haram."
O último presidente nigeriano, Jonathan Goodluck – um cristão do sul da Nigéria –, ganhou a eleição em 2011 contra Buhari, resultado que desencadeou a violência sectária em todo o país. Mais de 800 nigerianos foram mortos e 350 igrejas destruídas.
Considerando as eleições deste fim de semana, cerca de 60 pessoas perderam suas vidas entre dezembro do ano passado e janeiro de 2015, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Nigéria.
O grupo terrorista Boko Haram, cuja missão é criar um califado islâmico governado pela lei Sharia, perdeu terreno nas semanas antes da eleição, quando as tropas da Nigéria, Chade e Níger, forçou o grupo a recuar. No entanto, o grupo já matou mais de 7.300 civis desde o início do ano passado, de acordo com a Portas Abertas, que classifica a Nigéria como o 10º país que mais persegue cristãos no mundo. No início deste ano, Boko Haram prometeu lealdade a Estado Islâmico.
Na Nigéria, 177 milhões de habitantes são divididos entre cristãos e muçulmanos. Alguns líderes cristãos nigerianos exortaram os cristãos a "darem a outra face", em resposta ao Boko Haram, quando o grupo fez um esforço para converter cristãos ao islamismo.