Ditadura pode acabar com cerca de 10.000 ONGs e associações na Venezuela

A nova lei que está para ser aprovada na Venezuela é semelhante a uma lei existente na Nicarágua.

fonte: Guiame, com informações da Americas Quarterly

Atualizado: Terça-feira, 27 Fevereiro de 2024 as 2:49

Nicolás Maduro. (Foto: Wikimedia Commons/khamenei.ir)
Nicolás Maduro. (Foto: Wikimedia Commons/khamenei.ir)

A realidade na Venezuela está implementando uma repressão generalizada contra a sociedade civil do país. A corrupção e os abusos de direitos humanos também fazem parte do regime ditatorial de Nicolás Maduro.

Se for aprovada, uma nova lei poderá intensificar o controle sobre associações e organizações não governamentais (ONGs), o que levaria muitas delas a fecharem suas portas, conforme a revista Americas Quarterly. 

O novo projeto ficou conhecido como “Lei de Combate à Sociedade” e está sob análise da Assembleia Nacional — que é totalmente controlada por Maduro. 

‘O que já era difícil vai ficar pior’

Atualmente, grupos da sociedade civil já precisam seguir regras baseadas em 40 leis e se a “Lei de Combate à Sociedade” for aprovada, estas regras ficarão ainda mais rígidas. 

Uma delas, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, obrigaria as ONG’s a informarem seus bens. Além disso, várias ONGs venezuelanas denunciaram que as detenções recentes fazem parte de um “padrão de perseguição política” que se intensificou nas últimas semanas, conforme a BBC News Brasil. 

Só neste ano, segundo a ONG Provea, 36 conhecidos opositores ao governo venezuelano foram presos. Conforme o Guiame divulgou na semana passada, por ter sido criticado pelas Nações Unidas, Maduro expulsou da Venezuela os funcionários do Alto Comissariado da ONU. 

‘Quase 10.000 associações e ONG’s serão afetadas’

Falando à Americas Quarterly, Simón Pestano, diretor da consultoria Fundación S4V, que trabalha diretamente com as ONGs, destacou que a nova lei “representa um risco para a liberdade de associação”. 

Segundo o especialista, vai afetar 9,9 mil organizações não governamentais e associações civis existentes no país. 

Alí Daniels, diretor da Acesso a la Justicia, a proposta de lei é semelhante a uma lei já existente na Nicarágua, que acabou com milhares de ONGs, incluindo a Cruz Vermelha e congregações cristãs de caridade.  

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