“Enquanto isso, no Marajó”: Exploração de crianças denunciada por Damares volta ao debate

Quando era ministra de Direitos Humanos, Damares já havia denunciado a exploração e o tráfico sexual de menores, mas foi criticada e acusada de fake news.

fonte: Guiame

Atualizado: Sexta-feira, 23 Fevereiro de 2024 as 10:39

Ilha de Marajó. (Foto: Imagem ilustrativa/Instagram/Instituto Akachi).
Ilha de Marajó. (Foto: Imagem ilustrativa/Instagram/Instituto Akachi).

Nos últimos dias, a exploração sexual de crianças na Ilha do Marajó (PA) se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e chocou muitas pessoas.

A discussão do grave problema social iniciou após um vídeo da apresentação da cantora Aymeê Rocha no reality show gospel “Dom” viralizar. 

Em sua música autoral, a jovem denuncia o abuso e sequestro de menores na ilha paraense: “Enquanto isso no Marajó, o João desapareceu esperando os ceifeiros da grande seara”.

A canção foi discutida no meio cristão e repercutiu na imprensa, com vários artistas seculares se posicionando contra a cultura de exploração sexual na ilha.

Denúncias anteriores

Denúncias sobre a exploração de menores na Ilha de Marajó já haviam sido feitas por Damares, quando era ministra de Direitos Humanos no governo de Bolsonaro.

Em 2020, a então ministra lançou o programa “Abrace o Marajó” para combater o problema na região. Durante um culto em 2022, Damares relatou alguns dos casos que recebeu.

“Nós descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá. O Marajó faz fronteira com o mundo, Suriname, Guiana. Nós temos imagens de crianças brasileiras, com 3, 4 anos, que, quando cruzam as fronteiras sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para não morderem na hora do sexo oral”, disse.

Na época, Damares se tornou chacota devido às denúncias que fez e foi acusada de espalhar fake news. Figuras públicas, como Xuxa Meneghel e Patrícia Pillar, chegaram a pedir a cassação do seu mandato.

Após a repercussão da música de Aymeê, o atual Ministério dos Direitos Humanos se manifestou, afirmando que tem adotado ações no Marajó para combater o abuso e a exploração de crianças e adolescentes.

“A realidade de exploração sexual na região sabe-se preocupante e histórica, mas não autoriza sua utilização de forma irresponsável e descontextualizada. Isso apenas serve ao estigma das populações e ao agravamento de riscos sociais”, declarou o ministério em nota.

 

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