Estudo: Mulheres que abortam têm maior risco de depressão e pensamentos suicidas

A pesquisa sobre os efeitos psicológicos do aborto revelou que a interrupção da gravidez causa transtornos alimentares, tentativas de suicídio e dependência química.

fonte: Guiame, com informações de The Christian Post e Gazeta do Povo

Atualizado: Segunda-feira, 1 Setembro de 2025 as 3:42

Imagem ilustrativas. (Foto: Unsplash/Anthony Mucci).
Imagem ilustrativas. (Foto: Unsplash/Anthony Mucci).

O maior estudo já realizado sobre os efeitos psicológicos do aborto revelou que mulheres que interrompem a gravidez têm maior risco de desenvovlerem depressão e serem internadas por problemas de saúde mental.

A pesquisa "Aborto induzido e implicações para a saúde mental a longo prazo: um estudo de corte de 1,2 milhão de gestações" foi realizado por pesquisadores do Centro de Pesquisa Hospitalar da Universidade de Montreal, da Universidade de Sherbrooke e da Universidade McGill, e divulgado em julho deste ano.

Os pesquisadores acompanharam mais de 1,2 milhão de gestantes no Quebec, uma província do Canadá, entre 2006 e 2022, para analisar a relação do aborto com a saúde mental. Do total, quase 29 mil interromperam a gravidez, enquanto o restante manteve a gestação.

O estudo concluiu que mulheres que abortaram apresentaram taxas mais altas de internações por transtornos psicológicos, incluindo dependência química, transtornos alimentares e tentativas de suicídio.

No grupo das entrevistadas que fizeram aborto, houve 104 internações por ano para cada 10 mil mulheres, enquanto aquelas que completaram a gravidez tiveram apenas 42 internações na mesma proporção.

"O aborto está associado a um risco aumentado de hospitalização relacionada à saúde mental a longo prazo, mas a associação enfraquece com o tempo. As taxas de hospitalização relacionadas à saúde mental foram mais altas após abortos induzidos do que outras gestações", afirmou o relatório.

Conforme os pesquisadores, o risco de hospitalização por doenças psicológicas é maior nos primeiros cinco anos após a mulher ter feito o aborto. Depois desse período, a taxa de risco tende a diminuir, chegando a se aproximar dos níveis observados em participantes que mantiveram a gestação.

Entretanto, a taxa de internação por dependência química de drogas e álcool permaneceu alta após 17 anos, mostrando que pode haver um impacto a longo prazo nesse tipo de transtorno.

Perfis com maior vulnerabilidade

A pesquisa também identificou os perfis que apresentam maior vulnerabilidade. As entrevistadas com menos de 25 anos e aquelas que já passaram por um aborto foram as mais suscetíveis.

As participantes com menos de 20 anos apresentaram um risco 2,5 vezes maior de necessitar de internação psiquiátrica após um aborto.

Além disso, mulheres com histórico de problemas mentais apresentaram uma taxa de risco nove vezes maior de hospitalização por problemas de saúde mental.

Consequências graves

David Reardon, diretor da organização pró-vida Instituto Elliot, afirmou que o estudo é a prova mais recente de que o aborto tem consequências graves para a saúde mental das mulheres.

"É ridículo afirmar que o aborto nunca contribui para problemas de saúde mental. Agora sabemos que a maioria dos pacientes diz que seus abortos afetaram negativamente sua saúde mental. Insistir que o aborto nunca afeta a saúde mental é, essencialmente uma fantasia absurda e ideologicamente motivada", enfatizou David, em um comunicado.

Em 2023, a revista científica BMC Psychiatry publicou uma análise de 15 artigos que concluiram que 34,5% das mulheres que realizaram um aborto de todo o mundo enfrentaram depressão.

"Em conclusão, se observou que a ocorrência de depressão pós-aborto é generalizada globalmente. Os profissionais de saúde devem priorizar o fornecimento de aconselhamento, cuidados e apoio emocional pós-aborto às mulheres”, afirmou o estudo.

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