
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional elegeu, terça-feira (25), o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) como seu novo presidente, com 117 votos contra 61 do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ).
Esta eleição marca a primeira vez que a bancada, tradicionalmente conduzida por consenso, recorre ao voto para definir sua liderança, refletindo uma divisão interna inédita.
O grupo suprapartidário de deputados e senadores se reúne para discutir e promover projetos e políticas públicas que atendem aos interesses dos evangélicos, como a defesa de propostas e projetos ligados a questões de moral e valores cristãos.
O novo presidente, Gilberto Nascimento, é advogado e membro da Assembleia de Deus desde a juventude, com uma trajetória política iniciada como vereador em São Paulo, deputado estadual e atualmente no terceiro mandato como deputado federal.
Em seu discurso após a vitória, Nascimento enfatizou a importância da unidade da bancada e a defesa das pautas evangélicas no Congresso. Ele anunciou a deputada Greyce Elias (Avante-MG) – que era uma das candidatas à presidência do grupo e desistiu para apoiar Nascimento – como vice-presidente da Frente, destacando a busca por uma diretoria equilibrada em termos de gênero.
"Sempre defendi os princípios cristãos, a fé, a família e a vida. Seguiremos firmes na missão de fortalecer esses valores no Congresso", disse o parlamentar.
Após sua vitória, Nascimento mencionou os parlamentares que disputaram o cargo com ele.
“Agradeço a Deus por estar nesse momento participando de uma eleição como essa, onde vemos o nível dos melhores, como meu amigo deputado Otoni de Paula e minha amiga Greyce, que, inclusive, eu já convidei aqui diante de todos para ser a nossa vice-presidente”, disse.
A eleição de Nascimento é vista como um fortalecimento da ala conservadora da bancada, alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Otoni de Paula, por outro lado, havia demonstrado aproximação com o governo atual, o que gerou divisões internas.
A Frente Parlamentar Evangélica, composta por 219 deputados e 26 senadores, desempenha um papel significativo na definição de políticas públicas relacionadas a valores cristãos e questões sociais no Brasil.