O nadador transgênero “Lia Thomas” não é mais o vencedor da prova dos 500 metros nado livre da principal liga universitária de natação dos Estados Unidos. Sua vitória causou indignação entre defensores dos direitos das mulheres, na última quinta-feira (17).
O governador da Flórida, Ron DeSantis, emitiu uma nota oficial na terça-feira (22), reconhecendo Emma Weyant, nativa da Flórida e nadadora da Virginia, como a vencedora no Campeonato da NCAA (National Collegiate Athletic Association).
O nadador transgênero da Universidade da Pensilvânia não é mais considerado o campeão nacional. Lia Thomas terminou o nado com um tempo de 4:33.24 e Emma Weyant com 4:34.99, de acordo com a Fox News.
Crítica à participação de transgêneros em disputas femininas
DeSantis criticou a política de participação de transgêneros da NCAA, que permitiu que Thomas fizesse parte da competição.
“Ao permitir que os homens possam competir nos esportes femininos, a NCAA está destruindo as oportunidades para as mulheres, zombando de seus campeonatos e perpetuando uma fraude”, tuitou o governador.
“Na Flórida, rejeitamos essas mentiras e reconhecemos Emma Weyant, de Sarasota, como a melhor nadadora feminina dos 500 metros livre”, escreveu ainda.
No tweet consta a nota oficial onde DeSantis cita a Lei de Equidade no Esporte Feminino, que ele assinou em junho de 2021, especificando que numa equipe ou em esporte atlético designado para mulheres ou meninas, não pode haver a presença do sexo masculino.
A NCAA, a Universidade da Pensilvânia e a Universidade da Virgínia foram procuradas pela Fox News, porém nenhuma delas se manifestou.
Mulheres trans X Mulheres biológicas
Emma Weyant tem 20 anos e se destaca no esporte como uma nadadora talentosa. Ela se classificou para a equipe olímpica dos EUA, no verão passado, e fez parte da prova individual de 400 metros medley, na qual ganhou uma medalha de prata. Ela também tem uma medalha de prata na competição do Campeonato Mundial.
A participação do transgênero Lia Thomas na competição da NCAA provocou um forte debate, questionando se é justo “mulheres transgêneros” competirem contra mulheres biológicas.
De acordo com a Gazeta do Povo, Thomas começou a transição de gênero com tratamento hormonal durante a pandemia, o que não anulou suas vantagens como homem biológico. Em uma competição anterior, o atleta chegou a ficar sete segundos à frente das outras competidoras.
Indignação
A American Principles Project, uma organização conservadora, se manifestou contra a vitória do nadador transgênero. “Lia Thomas passou 21 anos de sua vida como homem. Ele começou a competir contra mulheres na natação este ano e se tornou campeão nacional. Os esportes de nossa filha não são um plano B para atletas masculinos fracassados”, escreveu a organização no Twitter.
O grupo Concerned Women for America entrou com uma ação judicial contra a Universidade da Pensilvânia no Departamento de Educação dos EUA para os Direitos Civis (OCR, na sigla em inglês), afirmando que permitir Thomas na equipe feminina viola os direitos das mulheres.
“Pedimos que você emita orientações claras e decisivas para esclarecer a lei e impedir que faculdades e programas esportivos universitários violem os direitos das mulheres, permitindo que atletas biológicos do sexo masculino compitam na categoria feminina do esporte”, afirma o processo.
Por outro lado, a NCAA se justifica dizendo que atualizou sua política de participação de transgêneros em janeiro, para seguir a orientação do órgão regulador de cada esporte, e que anunciou que essa política entraria em vigor a partir de março, começando com o Campeonato Feminino de Natação e Mergulho da Divisão I.
Além do transgênero Lia Thomas na natação, há outras competições sendo apontadas como injustas, como Laurel Hubbard no levantamento de peso. A corredora Chelsea Mitchell disse que foi esmagador perder quatro títulos de campeonatos estaduais femininos para atletas masculinos.
Outro caso polêmico foi o de Gabrielle Ludwig, ex-veterano da Marinha Americana e ex-jogador de basquete masculino, que voltou ao esporte ocupando vaga num time feminino após fazer cirurgia para mudança de sexo, aos 50 anos. Mais de 30 estados americanos já declararam que não querem atletas trans nos esportes femininos.
Assista (em inglês):