
A Administração Trump divulgou, nesta segunda-feira (21), mais de 230 mil páginas de arquivos relacionados ao assassinato de Martin Luther King Jr., ocorrido em 1968.
A liberação foi feita por meio de uma Ordem Executiva e anunciada pela diretora de Inteligência Nacional (DNI) Tulsi Gabbard.
“O povo americano esperou quase sessenta anos para ver todo o escopo da investigação do governo federal sobre o assassinato do Dr. King", disse Gabbard.
“Sob a liderança do presidente Trump, estamos garantindo que nenhuma pedra seja deixada de lado em nossa missão de oferecer total transparência neste evento crucial e trágico na história de nossa nação. Estendo meu mais profundo apreço à família King por seu apoio”.
‘Um homem de paz’
Bernice King, pastora batista e CEO do The King Center, e Martin Luther King III, ativista de direitos humanos, político e filantropo, ambos filhos de Martin Luther King Jr., se manifestaram contra a liberação dos documentos, alegando que o material pode ser usado para distorcer o legado de seu pai.
Reagindo de forma diferente, Alveda King, sobrinha do líder dos direitos civis, declarou: "O momento é sempre certo para fazer o que é certo.”
Ver essa foto no Instagram
Sobre o tio, ela testemunhou: “Ele era um homem de paz, um ministro do Evangelho, e um sonhador cuja única arma era a verdade. Sua morte deixou para trás não apenas a dor, mas questões profundas e duradouras sobre quem era verdadeiramente responsável, o que o governo sabia, e por que tanto desse conhecimento foi mantido escondido do povo americano”.
Evangelista e conselheira sênior de Fé e Divulgação da Comunidade nos EUA, Alveda usou as palavras ditas por Jesus: “Como diz a Escritura: ‘Não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz’”.
Segundo ela, essa “verdade não é apenas uma promessa bíblica – é agora o princípio de funcionamento desta administração.”
E finalizou: “Nossa nação está no seu melhor quando nos lembramos de que somos um sangue, uma família humana. Esse é o legado pelo qual meu pai e meu tio morreram lutando.”
Sobre os documentos
Os arquivos do FBI, CIA, Departamento de Justiça e outras agências que foram digitalizados e disponibilizados ao público incluem memorandos internos, entrevistas e investigações conduzidas pelo FBI sobre o assassinato de Martin Luther King Jr. em registros selecionados pela CIA.
Os documentos também contêm um arquivo do Departamento de Estado que trata do processo de extradição de James Earl Ray – homem que assumiu a culpa pelo crime em 1969, e até evidências internacionais sobre sua fuga.
Um dos arquivos contém uma gravação de áudio com Jerry Ray, irmão do suposto assassino.