
Um homem armado atirou e deixou gravemente ferido um policial da cidade da Filadélfia (Pensilvânia / EUA), dizendo que armou uma emboscada para o carro de patrulha do oficial "em nome do Islã" e também assegurou que tem uma aliança com o próprio Estado Islâmico. As informações foram confirmadas por comissário de polícia da cidade na noite da última sexta-feira (9).
Edward Archer da Filadélfia se aproximou do policial Jesse Hartnett, de 33 anos de idade, pouco antes da meia-noite de quinta-feira e disparou 11 tiros, três dos quais atingiram o oficial em seu braço, disseram as autoridades.
A polícia ainda divulgou imagens de vídeo, captadas por câmeras de vigilância que mostraram o atirador vestido com uma longa túnica branca, indo em direção ao carro do policial e se aproximando o suficiente para atirar à queima-roupa pela janela.
Mesmo ferido o policial Hartnett perseguiu Archer, que acabou sendo preso por outros oficiais e confessou posteriormente o ataque.
"Ele [atirador] confessou ter cometido este ato covarde em nome do Islã", disse o policial Ross em entrevista coletiva, acrescentando que o atirador de 30 anos também fez referência a militantes do Estado islâmico.
O Capitão da Polícia da Filadélfia, James Clark acrescentou: "Ele disse que prometeu fidelidade ao Estado Islâmico, que segue a Alá e que esta foi a razão pela qual ele foi chamado para fazer isso".
O grupo de defesa dos muçulmanos dos Estados Unidos disse que não encontrou nenhuma evidência de que Archer seria um muçulmano praticante.
Autoridades norte-americanas estão em alerta máximo de segurança após uma série de ataques ligados ao Estado Islâmico no país e no exterior ao longo dos últimos meses.
Em novembro, atiradores e homens-bomba afiliados ao Estado Islâmico mataram 130 pessoas em uma série de ataques em Paris. No mês passado, um casal matou a tiros, 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em um ataque também inspirado pelo Estado Islâmico.
Essas preocupações deram origem a apelos por parte de alguns governadores republicanos e presidenciáveis para restringir a admissão de refugiados sírios que fogem da guerra civil vigente naquele país.
O prefeito da Filadélfia Jim Kenney - um democrata empossado na última segunda-feira (4) - disse a jornalistas que não acredita que as ações do atirador refletem o pensamento islâmico.
"Em nenhuma forma ou meio, alguém nesta sala acredita que o que foi feito representa o Islamismo", disse Kenney. "Isso foi feito por um criminoso com uma arma roubada".
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, o principal grupo de defesa dos muçulmanos dos Estados Unidos, disse na última sexta-feira, que Archer "não parece" ser um muçulmano praticante.
Na mesquita de Masjid Mujahideen, que fica ao redor do quarteirão da casa onde acredita-se que Archer tenha vivido, o Imã (líder islâmico) Asim Abdur-Rashid, disse que ele não conhecia Archer e não tinha conhecimento dele ter participado de qualquer momento de orações na mesquita.
Archer usou uma pistola de 9 milímetros que havia sido roubada de uma casa de um policial da Filadélfia há vários anos, mas não por ele, segundo o oficial Ross.