Uma exposição com Ronald McDonald crucificado, unindo o símbolo da rede de fast-foods McDonald's com a representação do cristianismo, causou protestos neste fim de semana no Museu de Arte de Haifa, no norte de Israel.
A escultura foi criada pelo artista finlandês Jani Leinon e está em exibição em Haifa como parte da exposição “Sacred Goods” (“Bens Sagrados”, em tradução livre).
Centenas de manifestantes cristãos se reuniram em frente ao museu na sexta-feira (11), exigindo que a obra fosse removida. Três policiais foram feridos por pedras atiradas por manifestantes e um homem de 32 anos foi preso.
A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa disse em comunicado que entende a crítica do artista sobre a sociedade capitalista, mas considera inaceitável a desfiguração do símbolo mais sagrado do cristianismo.
“O que é adequado para a Europa e a população cristã da Finlândia não é adequado para a nossa comunidade e não pode ser recebido com compreensão”, disse o Rev. Arquimandrita Agapious Abu Sa'ada, da Arquieparquia Católica Melquita Grega em Acre.
De acordo com Abu Sa'ada, ele e vários outros padres se reuniram com a gerência do museu e concordaram que uma tela seria colocada em torno do trabalho, bloqueando-o da visão geral do público, e uma placa seria colocada para alertar os visitantes sobre conteúdo potencialmente ofensivo.
Eles também criticaram a violência promovida pelos manifestantes, que são movidos por “interesses políticos”. “Nós, como religiosos, estamos destinados a nos afastar da violência. Portanto, quem pensa que pode defender os valores cristãos com violência está gravemente enganado”.
A ministra da Cultura israelense, Miri Regev, exigiu que o museu removesse a escultura. Como resposta, a Associação pelos Direitos Civis em Israel, que é favorável à exposição, enviou uma carta na sexta-feira à procuradora-geral adjunta Dina Zilber.
A carta argumentava que Regev não tem autoridade para interferir no conteúdo artístico do museu. “A ameaça da ministra de retirar o apoio do governo ao museu é infundada. A Lei da Fundação Orçamentária não inclui nem mesmo a cláusula mais vaga sobre a proibição de conteúdo ofensivo por motivos religiosos”, afirmou a associação.