O reitor do Seminário Evangélico Eslavo estava entre os civis mortos descobertos na Ucrânia. De acordo com o Baptist News Global, o corpo de Vitaliy Vinogradov foi encontrado em uma rua da cidade de Bucha, subúrbio da região de Kiev.
Após a saída das tropas russas da capital, corpos de civis ucranianos foram encontrados por moradores no último final de semana. Muitos dos cadáveres estavam espalhados pelas ruas e quintais de Bucha e outros foram enterrados em valas comuns, uma delas localizada no pátio da Igreja de Santo André e Pyervozvannoho Todos os Santos.
Repórteres da AFP testemunharam pelo menos 20 corpos abandonados em uma rua. Mais de 400 cadáveres já foram encontrados aos arredores de Kiev, segundo a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.
“Todos foram fuzilados", afirmou o prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk. O cristão Vitaliy Vinogradov, encontrado entre as vítimas, se formou no Kyiv Bible Institute e no Evangel Theological Seminary.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenskiy, classificou a descoberta de genocídio cometido pelo exército russo. "Na verdade, isso é genocídio. A eliminação de toda a nação e de um povo", afirmou o presidente no noticiário "Face the Nation" da CBS.
“Somos cidadãos da Ucrânia e não queremos ser subjugados à política da Federação Russa. Esta é a razão pela qual estamos sendo destruídos e exterminados", denunciou Zelensky.
No domingo (3), a ONU afirmou que a descoberta de valas comuns levantou a discussão de possíveis crimes de guerra na Ucrânia. "Estou profundamente chocado pelas imagens de civis mortos em Bucha", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
O secretário-geral da OTAN também se manifestou, descrevendo o cenário como “brutalidade contra civis que não vemos na Europa há décadas”.
Segundo a CNN, Bucha foi palco para alguns dos combates mais intensos desde o início da guerra. Hoje, as ruas estão tomadas por veículos russos destruídos, a maioria das casas estão danificadas e grande parte dos edifícios da cidade estão completamente destruídos.
A Rússia negou as acusações de que tenha matado civis em Bucha. Em comunicado, o Ministério da Defesa do país afirmou que todas as tropas russas deixaram a cidade no dia 30 de março e que as fotografias dos corpos eram “mais uma provocação''.