Campeão de marcha olímpica testemunha milagre em pernas tortas: “Fui treinado por Deus”

Caio Bonfim sofreu uma síndrome que arqueou suas pernas na infância. Mesmo após cirurgia, o médico disse que a deficiência voltaria e que teria dificuldade de andar.

fonte: Guiame, com informações de Globo Esporte e ESPN

Atualizado: Quarta-feira, 15 Janeiro de 2025 as 3:56

Caio Bonfim sofreu uma síndrome na infância. (Foto: Reprodução/YouTube/The Noite com Danilo Gentili/Arquivo pessoal).
Caio Bonfim sofreu uma síndrome na infância. (Foto: Reprodução/YouTube/The Noite com Danilo Gentili/Arquivo pessoal).

O cristão Caio Bonfim conquistou o ouro na marcha olímpica nos Jogos Olímpicos de 2024 e se tornou um dos atletas destaques do Brasil.

Quem olha para as vitórias do corredor ao longo dos seus 17 anos de carreira no esporte, não imagina o milagre que viveu na infância para conseguir andar e correr.

Com apenas sete meses, Caio lutou contra a meningite e enfrentou duas pneumonias graves.

Durante seus primeiros anos de vida, foi diagnosticado com intolerância à lactose, que acabou fragilizando seus ossos e suas pernas ficaram arqueadas, devido a falta de cálcio no seu organismo.

Mesmo com a deficiência, sua mãe Gianetti Bonfim – que também foi atleta de marcha olímpica – acreditou que o filho poderia seguir seus passos no esporte.

“Quando ele começou a andar, que as perninhas dele começaram a entortar, levava no pediatra e falava 'doutor, como eu vou fazer se meu filho quiser ser atleta?’. Ele falava que talvez não daria para ser atleta com essas pernas”, contou ela, em entrevista à ESPN.

Cirurgia de correção


Caio Bonfim sofreu uma síndrome na infância. (Foto: Arquivo pessoal).

Em participação no programa “The Noite com Danilo Gentili”, Caio Bonfim contou que passou por uma cirurgia de correção nas pernas aos 3 anos. 

Porém, os médicos afirmaram que ele teria que repetir a cirurgia por diversas vezes até seu crescimento estabilizar, porque a deficiência voltaria e teria dificuldades para caminhar.

Não foi o que aconteceu com Caio. O menino cresceu normalmente sem as pernas arquearem novamente. 

“A minha mãe disse que mesmo com gesso eu era inquieto, por isso, ela achava que eu seria atleta”, afirmou Caio.

O menino, que cresceu na igreja junto com sua família, era conhecido pela criança que corria o culto todo. Mesmo depois de colocar os gessos, Caio continuou correndo normalmente.

Médico ficou surpreso

Aos 18 anos, ele voltou ao mesmo médico, que se surpreendeu com seu estado de saúde perfeito.

“Estou com teu prontuário desde 1993 te esperando”, disse o médico, na consulta. “Minha mãe falou: ‘Eu não voltei porque as pernas dele nunca entortaram e ele é atleta de marcha atlética’”, disse Caio.

No início, o médico não acreditou e comentou: “Eu acho que no máximo você vai ser atleta de dominó”.

Mas, após fazer uma série de exames, o profissional confirmou a normalidade das pernas do corredor. “Ele disse: ‘Tem um milagre muito grande aí, porque você não tem problema nenhum. Pode viver do seu esporte, boa sorte’”, lembrou Caio.


Caio e seus pais. (Foto: Reprodução/TV Globo).

Para ele, as dificuldades que enfrentou na saúde o prepararam para ser o atleta de alto rendimento que é hoje.

“O gesso vinha até aqui [na cintura], então eu sempre tive que esticar bem as pernas para andar por bastante tempo. Talvez, eu fui treinado por Deus desde a minha infância”, declarou.

Caio Bonfim começou a praticar marcha olímpica aos 16 anos, treinado pelos seus pais, que sempre foram envolvidos com o esporte e continuam treinando o filho até hoje. O atleta já participou de quatro olimpíadas e foi duas vezes campeão mundial de atletismo. 

“Os planos de Deus são incríveis! E tudo tem sido infinitamente mais do que tudo que pedi ou pensei. Deus realizou meu sonho”, testemunhou ele, no Instagram, após ser campeão nos Jogos Olímpicos de Paris.

Em 2024, o cristão ganhou o troféu de Melhor atleta de atletismo e Melhor atleta do ano no Prêmio Brasil Olímpico.

veja também