Do "Ler e Escrever" da Igreja Universal do Reino de Deus para a universidade

Do "Ler e Escrever" da Igreja Universal do Reino de Deus para a universidade

Atualizado: Quarta-feira, 25 Agosto de 2010 as 4:19

Adolfo Sampaio, 58 anos, hoje é um empresário bem sucedido e universitário. Até aí nada anormal para uma pessoa que luta pelos seus objetivos sem olhar para as dificuldades. Porém, para Adolfo, estudar foi um desafio muito maior do que podia imaginar. Isso porque até os 45 anos ele era analfabeto. No entanto, após conhecer o projeto da Igreja Universal intitulado “Organização Ler e Escrever”, sua vida  e sua trajetória rumo ao sucesso começaram a mudar.

Nascido em Uberlândia (MG), Adolfo sempre teve uma vida na roça. O pai, agricultor, não investia na educação dos filhos. Por morarem na fazenda, o trabalho era a essência da família. Porém, esse pensamento incomodava Adolfo, que queria ter uma vida diferente e longe da agricultura.

Foi quando resolveu sair de casa aos 17 anos de idade. “Meu objetivo era crescer na vida, ter meu próprio negócio”, revela. Mas, como ser um empresário se não sabia sequer escrever o próprio nome?

Então, como não detinha de conhecimentos e não imaginava que poderia chegar aonde queria, procurou emprego como motorista de ônibus e por lá ficou por 18 anos até ser demitido por não se alfabetizar, após uma exigência da empresa. Com a indenização, resolveu seguir sozinho. Viajou até São Paulo e comprou bijuterias para vender de porta em porta pelas ruas da cidade.

Passado um tempo, sua lida solitária acabou quando abriu uma sociedade com uma conhecida. Com a loja aberta, as vendas iam bem, mas o obstáculo de não ser alfabetizado o impedia de tratar negócios conversar com representantes comerciais e até de preencher ou assinar cheques. Era submisso aos próprios funcionários e ficava na dependência deles para tirar nota fiscal e resolver outras questões financeiras, fazendo-o se sentir humilhado.

Apesar das dificuldades, Adolfo sempre foi avesso a tudo que se referia ao evangelho. Mas, como precisava realizar uma cirurgia de retirada do apêndice, recorreu a Deus para que tudo lhe saísse bem: “Quando estava na mesa de operação, olhei para cima e disse que se fosse tudo bem comigo procuraria uma igreja e entraria na primeira que visse assim que saísse do hospital”.

Foi então que, ao chegar em casa, ligou a tevê na Rede Record – algo que jamais acontecera antes, visto “detestar evangélicos” e, no programa em questão, viu um bispo da Igreja Universal convidando as pessoas para irem até uma reunião. Assim, como em um ímpeto de entusiasmo, foi dirigindo até a igreja, apesar de estar recentemente operado.

Ler e escrever

Ao terminar a reunião, uma obreira foi ao seu encontro e ambos começaram a conversar. Adolfo (foto ao lado, quando ainda era analfabeto e abaixo já na universidade) falou-lhe do problema com a escrita e leitura, mas a obreira tinha na ponta da língua uma solução para seu dilema. E, então, após orientá-lo a continuar as correntes na igreja, informou-lhe sobre o projeto da Igreja Universal que ajuda alfabetizar jovens e adultos: o Projeto Ler e Escrever.

Assim, Adolfo se inscreveu no projeto. Os momentos de aprendizado eram difíceis para uma pessoa que passou os seus 45 anos de vida sem tocar em caderno ou livro. E não era raro a professora ter que pegar em sua mão para lhe ajudar a escrever.

Adolfo era um dos alunos mais velhos da turma, mas isso não o intimidava. Sua intenção era concluir o primeiro passo para que o segundo fosse dado com a conclusão do ensino fundamental. Determinado, em seis meses já sabia ler e escrever. “Não escrevia muito bem, mas escrevia e lia tudo, passando a preencher meus cheques também”, afirma.

Alguns meses depois, Adolfo viu que era hora de separar a sociedade. Para lhe ajudar nos negócios, chamou o filho Marco Antônio, seu braço direito. Bastante dedicado, o rapaz, de 22 anos de idade na época, tinha na veia, além da responsabilidade com a empresa do pai, a adrenalina da juventude.

Um certo dia, portanto,  Marco Antônio ligou para o pai dizendo que iria acampar com alguns amigos. Adolfo e a mãe do jovem, preocupados, pediram para que o filho não seguisse viagem. Adolfo aconselhou o rapaz a ir para a chácara da família, por considerar o local mais seguro. Foi inútil. Insistente, Marco Antônio e os amigos seguiram viagem pela rodovia em um carro que havia sido um presente dos pais de uma das amigas dele, por ela ter passado no vestibular. Após 30 quilômetros, o carro capotou com os jovens dentro. A moça, dona do veículo, morreu na hora e Marco Antônio teve um traumatismo craniano, chegando a ser levado com vida para o hospital, mas acabou não resistindo. Dos cinco integrantes, apenas os dois jovens perderam a vida de forma trágica e repentina.

Adolfo, já na igreja, e tendo conquistado alguns benefícios de sua fé, ficou abalado e sozinho na loja. A tristeza e a angústia que tomara conta dele, aos poucos, aumentavam. Não conseguia entender o motivo de ter perdido seu filho, sendo que buscava a Deus constantemente. Até que um dia viu a entrevista de um bispo da IURD que perdera um filho também na mesma época. Segundo Adolfo, na entrevista, o bispo dizia que “não podia deixar as coisas de Deus por causa da morte do filho”. Essa era a força que Adolfo precisava para seguir em frente. Refletindo sobre a tragédia, percebeu que não podia mais recuar; para ele, voltar atrás não mais faria sentido, já que seu filho não voltaria mais.

Persistente, Adolfo continuou fazendo seus propósitos de fé na igreja. Conquistou carros, casas, chácaras, o estabelecimento comercial estava crescendo, mas ele ainda não se sentia completo. Já sabia ler, escrever, assinar seus cheques e já conseguia até fazer o balanço da empresa sozinho, mas seu sonho de entrar na faculdade ainda não passava dos pensamentos.

Então, partiu para um novo desafio. Como já havia sido alfabetizado pelo Projeto Ler e Escrever, da Igreja Universal, resolveu se matricular em uma escola para concluir o ensino fundamental. Quando terminou, decidiu dar mais um passo, matriculando-se no ensino médio. Depois de um tempo, já tendo terminado os estudos, perguntou à diretora de sua escola se podia fazer o vestibular. Ela disse que sim.

A partir daí seu sonho foi se realizando. Sem pensar, e tendo sua vida financeira bem sucedida, Adolfo, então com 58 anos, prestou o vestibular pela primeira vez para o curso de Administração de Empresas.

Emocionado, ele reflete e se projeta ao passado, ao tempo em que trabalhava como agricultor e motorista, e que depois passou a ser dependente dos próprios funcionários. Sobre sua vida, Adolfo admira-se da própria trajetória: do Ler e Escrever da Igreja Universal do Reino de Deus para a faculdade, que o ajudará a administrar ainda melhor sua empresa.

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