Pedro Taveira
A eliminação da Copa Libertadores na próxima quarta-feira, ainda na fase de grupos, seria o maior vexame do São Paulo em sua história na competição continental. Isso quem diz são ex-craques que participaram da campanha de 1987, quando o time também caiu nesta etapa.
Naquele ano, com um elenco recheado de nomes como Gilmar, Dario Pereyra, Neto, Muller e Careca, o clube do Morumbi terminou em último na chave que tinha os chilenos Cobreloa e Colo-Colo, além do Guarani.
Com uma vitória, dois empates e três derrotas, a equipe fez sua pior campanha em 16 participações no mais importante torneio sul-americano. A diferença é que, em 1987, a Libertadores não era tão valorizada como agora.
“Na época não se falava muito sobre Libertadores. Hoje a situação é diferente. O São Paulo investiu milhões, montou um time forte. É uma vergonha para jogadores, comissão técnica e diretoria”, afirmou o ex-meia Neto ao iG Esporte.
“Não sei se é por problemas políticos ou por questão mais técnica. O time não consegue jogar Libertadores na força, como vêm fazendo Corinthians e Palmeiras. E sem o Luis Fabiano complica muito”, prosseguiu o comentarista esportivo.
Opinião semelhante tem Careca. O ex-atacante, que defendeu a equipe do Morumbi entre 1983 e 1987, disse que a estrutura do clube não permite eliminações como a que pode acontecer na próxima quarta.
“É crise ser eliminado nesta fase. Ninguém imaginava, pelo elenco e pela história que o São Paulo tem. Estamos falando de São Paulo. Todas as competições tem que chegar para ganhar, não participar. É uma obrigação estar sempre disputando”, falou Careca.
Mais comedido, o ex-goleiro e hoje empresário Gilmar Rinaldi afirmou que uma queda precoce não é o fim do mundo: “Ser eliminado é sempre ruim. Mas será um momento para repensar as coisas”.
Para seguir vivo na Libertadores, o São Paulo precisa, em casa, derrotar o Atlético-MG. No entanto, os atleticanos ostentam 100% de aproveitamento na competição após cinco rodadas. Além disso, os paulistas torcem contra o boliviano The Strongest, que encara o Arsenal de Sarandí, na Argentina.
“O problema é não depender só deles, mas acredito que o São Paulo possa ganhar. Mesmo jogando fora de casa, o Atlético é favorito. Mas, com todo respeito, acredito muito no fator Morumbi e que a história que possa virar”, completou Careca.
Preparação em 1987 não foi a idealOs craques que participaram da fracassada campanha são-paulina na Libertadores de 1987 dizem que a preparação do time não foi a ideal. Além disso, acusam a violência e hostilidade nos compromissos em território e a má organização da disputa por parte da Conmebol.
“Tivemos problemas com a altitude em Calama (Chile). Chegamos num horário no hotel e não nos deixaram entrar. Hoje é diferente, é outra estrutura, tem mais segurança. Naquela época a gente apanhava dentro e fora de campo”, lembrou Careca.
“O São Paulo nunca tinha ganhado ainda e tinha uma expectativa muito grande. Mas a gente não se preparou tanto como vinha se falando”, disse Gilmar.
Já Neto falou que não se recorda muito bem daquela campanha. Mas destacou um fato interessante: “Sei que fiz um gol olímpico”. Foi no empate por 2 a 2 com o Colo-Colo, fora de casa, em jogo válido pela sexta e última rodada.
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