Após o protesto de cerca de 4 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fizeram na tarde desta quinta-feira (25) em São Paulo contra a falta d'água na periferia, a Sabesp – empresa de fornecimento de água do Estado – emitiu uma nota oficial dizendo que não há problemas de fornecimento na capital paulista.
Segundo a companhia, representantes da empresa estiveram com os membros do MTST e apresentaram dados mostrando que não há corte no fornecimento.
“A Sabesp informa que recebeu representantes do MTST e apresentou dados demonstrando que não há falta d´água, conforme número de reclamações, que este ano têm sido inferiores às de 2013. A Sabesp apresentou cronograma de obras e ações para áreas de expansão e crescimento acelerado, em especial, melhorias na região do Jardim Ângela e Jardim São Luís, com entrega agora para novembro”, declarou a nota da Sabesp.
A empresa de abastecimento de água de São Paulo também informou que acordou com membros do MTST um canal permanente de discussão sobre os problemas de fornecimento, agendando novas reuniões para os dias 07 e 08 de outubro, logo depois do primeiro turno da eleição estadual.
O protesto contra a falta d'água na capital paulista aconteceu no mesmo dia que o secretário Mauro Arce, integrante do governo Geraldo Alckmin (PSDB), admitiu que só há água no Sistema Cantareira para apenas mais 52 dias de fornecimento na região metropolitana.
"Se continuar sem chover, o atual volume da (reserva técnica) Cantareira nos garantiria 52 dias a mais. Isso daria até 21 de novembro com os níveis que temos hoje", relatou Mauro Arce, o secretário de Recursos Hídricos de São Paulo.
Arce também disse que o segundo "volume morto" só será utilizado quando o atual chegar ao limite, mas confiou que haverá chuvas em outubro e novembro. "Nunca, em 84 anos, deixou de chover na cidade nestes meses", apontou o secretário.
O pronunciamento de Arce ocorreu depois que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) indicou que o nível da Cantareira caiu nesta quinta-feira para 7,4% da capacidade, contando o uso da primeira cota do "volume morto".
Segundo a Sabesp, a companhia tem preparadas bombas para iniciar a captação de água no volume sob as comportas da vizinha represa Jaguari-Jacareí, mas Arce advertiu que as operações de bombeamento só começarão quando "o nível estiver esgotado" na Cantareira.
A crise hídrica de São Paulo motivou também criticas por parte do governo federal, como a do diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, que acusa o governo paulista de não ter alertado a população sobre a "gravidade da situação". A ANA se retirou do grupo técnico que auxilia o governo paulista.