Rodízio de 5 dias sem água 'não se faz da noite para o dia', diz secretário

Benedito Braga, de Recursos Hídricos, disse que implantação é 'complexa'. Nesta quarta-feira, diretor da Sabesp falou sobre o rodízio de 5 por 2.

fonte: globo.com

Atualizado: Quinta-feira, 29 Janeiro de 2015 as 8:43

crise hídrica
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O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Benedito Braga, afirmou nesta quarta-feira (28) que a implantação de um rodízio de cinco dias da semana sem água "é complexo" e não pode ser feito "da noite para o dia". Nesta terça-feira (27), o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato Yoshimoto, disse que a companhia pode adotar cinco dias sem água e dois dias com na região metropolitana.

De acordo com Braga, várias alternativas para contornar a crise hídrica estão sendo estudadas e não há "necessidade para ficar em desespero". “Nós não estamos descartando nenhuma alternativa. Implantação de uma situação complexa como essa [rodízio 5x2] não se faz da noite para o dia. Nós temos que fazer um trabalho fino de verificar locais específicos, como hospitais e penitenciárias, não podem ficar sem água", defendeu o secretário.

Ele garantiu que haverá um anúncio com antecedência se houver a necessidade de implantação do rodízio. "Existem pequenas obras que precisam ser feitas. Se isso vier a acontecer, todo mundo será informado com a devida antecedência. Não é da noite para o dia. A situação é difícil sem dúvida nenhuma, mas não há necessidade para ficar em desespero porque as informações serão dadas se esse sistema tiver que ser implantado”, afirmou.

Questionado sobre qual a chance de adotarem um rodízio, Braga "afirmou que está difícil fazer previsão meteorológica". “Nós temos um sistema climático de difícil previsão nos dias de hoje. A recente previsão da nevasca em Nova York não se materializou. Nós temos uma expectativa de chuva em fevereiro. Vamos ter que observar um pouquinho mais como se desenvolve. Não temos um conhecimento perfeito da chuva que vai acontecer."

Braga acrescentou que o planejamento também leva em conta o pior cenário. "Estamos fazendo o plano para a situação mais difícil. Se ele tiver que ser implementado, todo mundo será informado com a devida antecedência”, disse.

Encontro com prefeitos
O secretário se reuniu nesta manhã com prefeitos da região metropolitana de São Paulo. Eles sugeriram que seja criado um comitê para acompanhar a crise hídrica, um plano de contingência e um plano de comunicação. A reunião na Praça das Artes, no Centro, reuniu cerca de 30 prefeitos e assessores e foi articulada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

O plano de contingência prevê quais medidas devem ser adotadas de acordo com a quantidade de chuvas que atingirem a região dos reservatórios. De acordo com Haddad, ele se comprometeu a dar uma resposta aos prefeitos em dez dias.

"Nós fizemos três reivindicações: a instalação imediata de um comitê de crise, reunindo presidente dos consórcios metropolitanos, o prefeito da capital e o governo do estado e que esse comitê tivesse reuniões periódicas de acompanhamento das precipitações. Para fazermos um acompanhamento fino das providências”, disse Haddad.

Cantareira
As chuvas acumuladas neste mês no Sistema Cantareira representam 49,5% da média histórica. A Agência Nacional de Águas (ANA) determinou na semana passada que a Sabesp reduza ainda mais a captação do Cantareira, levando a companhia a adotar como meta a retirada de 13 metros cúbicos por segundo, sendo que ainda explorava, nesta terça, 16 metros cúbicos.

O diretor da Sabesp Paulo Massato disse nesta terça-feira que a implementação do rodízio 5x2 será necessário se o limite for ainda menor. "Se nós tivermos que retirar somente 10, 12 metros cúbicos por segundo, seria necessário implantar rodízio de dois dias com água, cinco dias sem água. O equivalente a isso para ter uma economia necessária lá no Cantareira e não deixar que [o nível] continue caindo."

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