A Polícia Civil do Distrito Federal afirmou na manhã desta quarta-feira (7) que apreendeu o adolescente de 13 anos suspeito de atirar e matar o professor Guilherme Moura de Jesus em uma tentativa de roubo. O garoto se entregou na noite desta terça (6) na Delegacia da Criança e do Adolescente, na Asa Norte. A primeira informação era de que o menino tinha 11 anos. A corporação disse que não vai se pronunciar sobre o assunto por enquanto.
O professor de inglês de 28 anos, que iria se mudar nesta quarta para Santa Catarina para tomar posse na Polícia Militar, morreu após levar um tiro na nuca. Ele não tinha filhos e morava com a mãe, em Planaltina. De acordo com a prima Bruna Moura, o sonho dele era se tornar policial.
O crime ocorreu na manhã de sábado, em frente a uma igreja da Vila Vicentina. O menino teria pedido a bicicleta e o celular dele, que reagiu e foi atingido.
O velório do professor aconteceu na manhã de segunda, no cemitério de Planaltina. Bastante abalada, a mãe dele decidiu ir somente ao enterro, que ocorreu à tarde. Amigos e familiares realizaram após a cerimônia uma manifestação em prol de paz.
Secretária do Centro de Desenvolvimento Global, onde o homem deu aula nos últimos três anos, Carolina Silva Rios disse que o crime assustou os colegas. “Ele era muito querido, sorria o tempo inteiro. Era uma pessoa muito tranquila, muito gente boa mesmo. Foi com choque que recebemos a notícia. O sobrinho dele, que estuda aqui, foi quem nos avisou.”
A instituição decidiu suspender as aulas no dia. O estudante Mateus Dias, de 16 anos, disse que um grupo combinou de usar branco durante a manifestação. "A gente dizia que ele era aluno. Na hora do recreio, ele ficava com a gente e não na sala dos professores", afirmou.
Colega de trabalho da vítima, a professora Camila de Castro reclamou da impunidade. "Nós estamos todos com um sentimento de revolta. A luta é por todos nós, pois essa injustiça poderia ter acontecido com qualquer um."
Também presente no enterro, o aluno Pedro Martins, de 12 anos, conta que estava dentro da igreja quando o professor foi morto. "A gente na hora [dos disparos] foi ver o que tinha acontecido. Vi um homem no chão, fiquei com medo e levei minhas irmãs pra casa. Nunca imaginei que fosse meu professor", declarou.
Tio do professor, Vitorino Martins Neves conta que a vítima saiu de manhã cedo para caminhar. A família percebeu a demora e pouco depois recebeu a notícia de que de que ele havia sido baleado.
"Ele foi levado ao Hospital de Base, mas não resistiu. O crime aconteceu a duas ruas da casa dele, em frente a uma igreja", afirmou Neves.