O Moto E chegou ao Brasil em maio com a promessa de ser a melhor opção para os que buscam um bom smartphone Android com preço baixo. O TechTudo analisou o aparelho e se surpreendeu com seu desempenho, porém alguns fatores podem deixar o consumidor em dúvida na hora de comprar, principalmente ao comparar o smart com seu irmão Moto G, apenas R$ 100 mais caro. Confira o review completo e todos os prós e contras do novo smart da Motorola.
Design
O Moto E tem um design simples e satisfatório. Sua tela é feita da última geração do Gorila Glass, o que deixa o seu visor muito menos propenso a arranhões. Já a capa traseira repele água, ótima função para dias chuvosos, porém deve ser testada com bastante cautela, pois o dispositivo está longe de ser à prova d´água. Ele vem também com outras duas cores de capinha, que podem ser trocadas e dão outro astral ao celular.
Segurar o aparelho é confortável, e a textura antiderrapante e as dimensões de 124,8 x 64,8 x 12,3 mm são ideais para uma pegada agradável. Na frente ele possui duas saídas de áudio, a de baixo sendo o alto-falante propriamente dito. O som é projetado para o usuário, não se "perdendo" e mantendo um volume com altura ideal. Sem qualquer botão frontal, os únicos que o celular possui são os laterais de liga/desliga e os de volume, ao alcance do dedo.
A entrada para fones de ouvido é na parte de cima e o smart já vem com o acessório na caixa. O aparelho vem também com uma antena removível branca - bastante esquisita por sinal - que é acoplada no mesmo lugar dos fones. Ela serve para otimizar o sinal da função de TV Digital, que em ano de Copa foi uma ótima pedida.
A TV performa bem e o som da transmissão é de qualidade e pode ser ouvido tanto pelo fone, acoplado no final da antena, como pelo próprio alto-falante. É possível também gravar o que é exibido na TV, e até mesmo programar o celular para fazê-lo. Assim, você não perde seu programa favorito e ele ainda pode ficar salvo na memória do celular.
A imagem, dependendo do sinal e do local onde o usuário está, não é muito boa, muito menos o número de canais que a antena consegue encontrar. Mesmo assim, a TV ainda cumpre sua função, muito longe de uma TV HD, claro, mas é uma surpresa agradável no celular. Prática e rápida, ela serve ao smart como um famoso "quebra-galho". O celular também possui serviço de rádio FM, que funciona de maneira similar à TV.
Desempenho
O desempenho do dispositivo é bastante satisfatório, e o smart responde muito bem aos comandos. As funções do dia a dia como usar e-mail, navegar pela Internet e usar as redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, são executadas sem grandes problemas. O celular funciona no cotidiano tão bem que chega a ser difícil acreditar na sua faixa de preço. Jogos mais pesados, como Asphalt 8, também rodam de maneira fluída e não houve qualquer travamento durante os testes. Levando em conta sua faixa de preço, o smart não deixa a desejar em performance mesmo.
O processador dual-core 1,2 GHz Qualcomm Snapdragon e Android KitKat 4.4 "quase puro" da Motorola ajudaram a cunhar o funcionamento mais fluido do dispositivo. O aparelho também tem 1 GB de RAM e 4 GB de armazenamento com slot para micro SD de até 32 GB. Por ser dual-chip, o aparelho consegue atrair ainda mais consumidores, que conseguem alternar entre planos de telefonia, assim economizando na conta.
A bateria impressionou bastante em nossos testes. Com 1.980 mAh ela dura facilmente um dia de uso cotidiano e cumpre o a promessa da Motorola de um dispositivo com funcionamento de longa duração. O modo de economia de bateria também ajuda bastante a preservá-la, mostrando os aplicativos que mais drenam a energia do aparelho. O único problema nesse aspecto é tempo longo que uma carga inteira leva para ser completada, de algumas boas horas.
Tela
A tela tem boa sensibilidade ao toque e a definição de cores também não deixa nada a desejar. Ela não é HD, como a do Moto G, mas a Motorola conseguiu mostrar mais uma vez como é possível colocar uma tela boa em um celular econômico.
Com 4,3 polegadas, tamanho grande para sua categoria, a tela tem resolução de 540 x 960 pixels e com 256 ppi de densidade. É um tamanho ideal para o uso cotidiano, porém para os que preferem um celular com telonas para ver filmes ou jogar, o Moto E não é muito indicado.
Câmera
A câmera é talvez o aspecto do celular que mais decepciona. Com 5 megapixels e sem flash, seu funcionamento é bastante básico. Não há grandes ferramentas, e a câmera tem um péssimo foco. Não é possível, por exemplo, tirar foto de um texto em uma folha de papel sem que o resultado seja de palavras borradas.
Ele também não possui uma câmera frontal, o que em tempos de selfie pode ser terrivelmente ruim. Aplicativos como Snapchat, ou qualquer outro que faça uso de videochamadas como Skype também são comprometidos. Certamente, para muitos, esse aspecto irá tirar grande parte da diversão do aparelho. Selfie só mesmo na intrincada manobra de virar o smartphone e torcer para estar aparecendo no visor.
Em ambientes com iluminação ideal a câmera tira fotos decentes, mas nada espetaculares. As imagens são sempre superexpostas, com as cores beirando o irreal. De todo o modo, o Moto E não é um celular para quem está a procura de grandes fotografias.
Custo-benefício
A Motorola já havia provado, com o Moto G, que consegue fazer aparelhos de baixo custo e de qualidade. O Moto E abre um novo caminho para os smarts de entrada. Com ele a Motorola não teve planos ambiciosos em termos de funções do aparelho, mas tentou criar um smartphone de qualidade e barato e foi o que entregou. A fabricante encontrou a fórmula do sucesso para os novos aparelhos de entrada que virão.
Resta saber se para o consumidor não vale a pena pagar mais R$ 100 e comprar o Moto G, que vem com especificações superiores como tela HD de 720 x 1280 pixels e câmera frontal.