As férias são um dos períodos mais esperados e planejados ao longo do ano. Mas quem tem pets acaba tendo uma preocupação a mais até a chegada de seu destino: o que fazer com os animais?
Enquanto alguns recorrem a hotéis especializados ou a ajuda de amigos e parentes para tomar conta de seus bichinhos de estimação, outros preferem levá-los na viagem. Porém, essa é uma escolha que exige cuidados.
“Existem regras para transportar os mascotes adequadamente dentro do carro. Não cumpri-las implica não só em multas e pontos na carteira de habilitação, mas também em riscos para o bem-estar dos animais e de todos os outros passageiros dentro do veículo”, alerta a Dra. Michelle Caroline Claviço de Jesus, veterinária da Petz.
Evite deixar pets soltos dentro do carro
A Dra. Michelle explica que, em primeiro lugar, o pet não deve ficar solto dentro do carro durante o trajeto. Além de tirar a atenção do motorista, eles podem se machucar em freadas bruscas e, caso as janelas estejam abertas, pular para fora com o veículo ainda em movimento.
“Por isso, cintos de segurança e equipamentos como cadeiras especiais e caixas de transporte são indispensáveis”, ressalta a médica.
Focinhos devem ficar longe da janela
Outro cuidado indicado pela veterinária é impedir que os bichos de estimação fiquem com o focinho na janela, enquanto o carro está em movimento. Embora os cães adorem, esse hábito pode trazer graves consequências à saúde deles.
“Ao tomar fortes correntes de ar, o pet pode contrair inflamação no conduto auditivo, úlceras de córnea, entre outros problemas. É possível baixar um pouco mais os vidros ou ligar o ar condicionado para que o bichinho não sofra tanto com o calor, mas expô-lo à ação do vento em alta velocidade, jamais!”, adverte a veterinária.
Previna enjoos e mal-estar
Assim como os humanos, muitos pets podem apresentar enjoo provocado pelo movimento durante o trajeto. Por isso, o dono deve se precaver e procurar conversar com o veterinário responsável antes da viagem.
"O movimento e os solavancos dentro do carro repercutem nos canais internos do conduto auditivo dos pets – área responsável pelo equilíbrio deles –, causando esse tipo de sintoma", destaca a especialista.
De acordo com a Dra. Michelle, os filhotes são mais suscetíveis ao problema por não estarem acostumados com a movimentação dentro dos veículos. Além disso, seus dispositivos de controle de náuseas ainda estão imaturos, o que aumenta bastante o risco de enjoo e vomito.
“Nesses casos, é imprescindível utilizar medicações voltadas exclusivamente aos pets. Nunca se deve recorrer a medicamentos para humanos, já que o organismo dos pets é diferente", alerta.
Os pets idosos também são vítimas do problema. Isso ocorre porque, como já tiveram crises de enjoo no passado, costumam associar o passeio a mais um momento de estresse e de ansiedade – o que também pode desencadear vômito e náusea.
"Essa situação perturbadora vira um ciclo vicioso que só será interrompido com a dedicação da família. Ela deve acostumar o bichinho em passeios mais curtos no carro, com paradas para o animal caminhar e fazer as suas necessidades", recomenda a veterinária.
Alimente na hora certa
A Dra. Michelle explica que não se deve alimentar os pets pouco tempo antes da viagem. Essa medida evita que o animal fique com o estômago cheio e vomite dentro do carro.
“Se, mesmo assim, esse tipo de problema acontecer é possível recorrer à medicação. Na dúvida, o dono deve pedir ao veterinário que prescreva algo para atenuar esse tipo de sintoma. Vale lembrar que toda e qualquer medicação ministrada aos pets deve ter a orientação de um médico veterinário”, recomenda.
Utilize cintos de segurança, cadeiras ou caixas de transporte
Caixas de transporte, cadeirinhas e cintos de segurança para pets são ótimas opções para manter a segurança dos bichos de estimação dentro do carro. Em relação às caixas de transporte, é importante que sejam arejadas e permitam que o animal possa girar em torno de seu próprio eixo para ficar confortável.
Elas também não podem permanecer soltas no interior do veículo. O ideal é que fiquem presas ao cinto de segurança do carro ou sejam postas no chão para que não se desloquem durante o trajeto.
“Se forem adaptados às caixas, desde filhotes, cães e gatos, por exemplo, se acostumam. Se forem mais velhos, a família deve habituá-los com paciência, oferecendo mimos e petiscos para que eles não associem a caixa a algo negativo", explica a Dra. Michelle.
Cadeirinhas e cintos de segurança para pets garantem um pouco mais de liberdade aos animaizinhos dentro do veículo. Isso porque tais acessórios não isolam os mascotes e podem ter a altura ou o tamanho regulados. Isso permite que o pet possa observar a paisagem pela janela como qualquer outro passageiro. Contudo, as cadeirinhas, especificamente, nem sempre são uma unanimidade.
“Gatos mais velhos que não foram acostumados a elas, desde filhotes, são os que mais costumam estranhar. Novamente, é preciso contar com a ajuda e o carinho dos familiares para que os animais se acostumem aos poucos, até que fiquem totalmente à vontade durante o passeio", aponta a veterinária.