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Desconstrução de "Branca de Neve" pela Disney causa polêmica entre os fãs da personagem

Críticos avaliam que o objetivo seria atender à agenda "woke", promovendo a diversidade com personagens de minorias, o que acaba interferindo na originalidade das histórias.

fonte: Guiame, Adriana Bernardo

Atualizado: Segunda-feira, 17 Março de 2025 as 1:25

Branca de Neve, interpretada pela atriz colombiana Rachel Zegler. (Foto: Divulgação/Disney)
Branca de Neve, interpretada pela atriz colombiana Rachel Zegler. (Foto: Divulgação/Disney)

A versão live-action do clássico “Branca de Neve e os Sete Anões” tornou-se uma das maiores polêmicas do cinema, gerando descontentamento devido às desconstruções da personagem principal.

Esse fenômeno tem gerado tanto críticas quanto controvérsias a ponto de afetar a indústria de Hollywood, em diversas outras produções – como “A Pequena Sereia” e “Mulan”, que trilharam o mesmo caminho da desconstrução, levantando questões sobre os limites da reinterpretação e adaptação de uma obra original.

"Branca de Neve e os Sete Anões" é um dos contos de fadas mais famosos e amados mundialmente. Originado na Alemanha por volta de 1812, foi popularizada pelos irmãos Grimm, Jacob e Wilhelm, que a incluíram em sua coletânea “Contos de Fadas”.

A personagem de Branca de Neve, uma jovem de pele branca como a neve, cabelos negros como ébano e lábios vermelhos como sangue, conquistou a imaginação das pessoas ao longo dos séculos. Sua narrativa, que envolve uma madrasta invejosa, uma fuga para a floresta e, por fim, um final feliz com o príncipe, tornou-se um clássico, especialmente após a adaptação da Disney em 1937, que foi o primeiro longa-metragem animado da história do cinema.

No entanto, recentemente, a Disney anunciou que iria fazer uma nova adaptação live-action da história, escolhendo a atriz Rachel Zegler para interpretar a famosa princesa.

O grande ponto de discussão foi a escolha de uma atriz com características físicas diferentes das de Branca de Neve no conto original. A atriz colombiana Rachel Zegler foi escolhida não apenas por seu talento, mas também por sua aparência, que difere da caracterização tradicional de uma personagem de pele branca.

Essa decisão gerou diversas reações, com críticas focadas nos limites da "desconstrução" das histórias clássicas. A oposição mais evidente vem dos fãs das versões originais, que não aceitam nem mesmo adaptações leves.

A polêmica sobre a nova versão de Branca de Neve não está — pelo menos para a grande maioria dos descontentes – relacionada à escolha da atriz por sua origem latina ou cor da pele, mas sim à desconstrução do original. Muitos questionam: “Não seria melhor criarem uma nova história?”

Neste sentido, eles avaliam que o objetivo seria atender à agenda “woke”, que busca maior diversidade ao introduzir personagens representando minorias raciais, LGBT e pessoas com deficiência nas produções culturais, o que, eventualmente, pode interferir na originalidade das histórias.

Muitos críticos acreditam que a escolha de Zegler também representa uma tentativa de modernizar a personagem de maneira excessiva, distorcendo a essência do que ela sempre representou. Para eles, Branca de Neve sempre foi uma figura de beleza associada a certos padrões estéticos que se tornaram símbolo de um ideal de perfeição na cultura ocidental. A mudança de sua representação, portanto, é vista como um desrespeito à tradição e à história de um clássico que influenciou tantas gerações.

Mas o descontentamento do público não se limita à questão da diversidade étnica. Muitos críticos apontam que a desconstrução da personagem de Branca de Neve vai além da questão física e envolve uma reinterpretação da própria narrativa.

Algumas versões mais recentes da personagem buscam enfatizar um maior grau de independência e ação, distantes da passividade original da princesa que aguarda ser salva por um príncipe. Isso também levanta a questão: até que ponto vale a pena reescrever uma história tão enraizada na cultura popular?

Com tanta rejeição, o filme, que estreia globalmente dia 21 de março nos cinemas, após já ter sido adiado (deveria ter estreado em 2024), corre o risco de amargar prejuízos, como aconteceu com “A Pequena Sereia” e outras adaptações recentes da Disney, que enfrentaram críticas tanto pela escolha de elenco quanto pela alteração de aspectos tradicionais das histórias.

 

Adriana Bernardo (@adrianammbernardo) é jornalista, escritora e idealizadora do grupo feminino cristão “Amigas de Deus”.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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