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As Guerras e o Princípio das Dores

Estamos entrando no tempo das guerras e de rumores de guerras, exatamente como previu Yeshua em seu sermão profético a respeito do princípio das dores.

fonte: Guiame, Getúlio Cidade

Atualizado: Quarta-feira, 7 Fevereiro de 2024 as 1:17

(Foto: Unsplash/Edgar Serrano)
(Foto: Unsplash/Edgar Serrano)

Há cerca de um ano, escrevi aqui na coluna sobre o significado do termo “Dores de Parto do Messias”, retirado dos Profetas, que equivale ao termo mais conhecido dos cristãos chamado de Grande Tribulação. Este é um termo retirado do livro de Daniel e usado por Jesus em seu sermão profético de Mateus 24 e Lucas 21. Nele, ao fazer alusão às Dores de Parto que precedem sua volta, Jesus nos alerta sobre o período imediatamente anterior ao qual chama de princípio das dores e é sobre ele que irei abordar.

“E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares; porém, tudo isto é o princípio de dores” (Mateus 24:6-8). Os sinais são diversos, porém, o que mais se sobressai são as guerras. Elas são o indício mais forte de que o fim se aproxima. Analisando o contexto geopolítico e profético em que nos encontramos, acredito que adentramos de modo definitivo esse período conhecido por princípio das dores.

A Guerra de Israel se expande

No atual contexto que começou a ganhar uma forma mais definida nos últimos meses, estamos vendo guerras inesperadas pelo mundo, cenários bem mais complexos e tensões que tendem a escalar para conflitos armados, envolvendo atores estatais e não estatais. Essa nova era de beligerância teve seu divisor de águas no dia 7 de outubro de 2023 que marcou o início da guerra de Israel contra o Hamas, uma guerra diferente de todas as que Israel participou e com potencial para desencadear outros conflitos, afetando o mundo inteiro. Estamos entrando no tempo das guerras e de rumores de guerras, exatamente como previu Yeshua em seu sermão profético a respeito do princípio das dores.

A missão atribuída às Forças de Defesa de Israel pelo governo foi de exterminar o Hamas como organização terrorista, impedindo-o de se levantar novamente e cometer as mesmas barbaridades do último 7 de outubro. Esse objetivo requer uma campanha militar árdua e longa, e exigirá no mínimo muitos meses de operações militares. Não estamos falando aqui de mais um simples conflito de Israel em Gaza. O Hamas não está sozinho, mas tem o apoio do Irã.

O regime ditatorial que se instalou no país, após a Revolução Islâmica em 1979, se autodeclara o maior inimigo de Israel e dos Estados Unidos. Todas as facções terroristas cujo intento é “varrer Israel do mapa” recebem apoio financeiro, logístico e militar do Irã, como Hezbollah, Jihad Islâmica, Fatah, Houthies, além do próprio Hamas. Isso explica por que, logo nos dias seguintes após estourar a guerra, os Estados Unidos enviaram dois grupos-tarefas nucleados em porta-aviões para o Mar Mediterrâneo, algo que não ocorria há mais de duas décadas, a fim de demonstrar apoio a Israel.

Em resposta à campanha militar de Israel contra o Hamas, o grupo terrorista Houthies começou a efetuar ataques ao tráfego marítimo no Golfo de Áden e no Mar Vermelho, bem como sequestrar navios mercantes em trânsito na região, com destino ao canal de Suez, vital para a navegação mundial. Isso trouxe um prejuízo incalculável às empresas de navegação, forçando os navios a contornarem o continente africano pelo sul a fim de fugirem dos sequestros e ataques terroristas.

O governo norte-americano não teve alternativa e, a partir do dia 11 de janeiro, iniciou uma operação militar de ataques aéreos contra alvos dos Houthies no Iêmen, auxiliado por forças navais e aéreas do Reino Unido, após formarem uma coalizão militar para garantir a segurança da navegação e do comércio marítimo no Mar Vermelho. Assim, o conflito em Gaza já atraiu a participação do maior poder bélico do mundo, agora em guerra aberta com outro grupo terrorista apoiado diretamente pelo Irã. Mas isso é apenas o começo.

O problema é que o Irã não está sozinho em seus desvarios bélicos, além de desafiar o mundo em sua corrida desenfreada para desenvolver armas nucleares. Ele tem o apoio da Rússia e da China. A propósito, Irã e China têm fornecido armas à Rússia no conflito contra a Ucrânia. Há alguns dias, a agência Associated Press publicou uma análise conduzida em vídeos e imagens dos combates em Gaza em que conclui que o Hamas tem usado armas provenientes do Irã, China, Rússia e Coreia do Norte. E são justamente esses quatro países que, nos últimos anos, têm sido considerado o “novo eixo do mal” pelo Ocidente. Eles já estão envolvidos direta ou indiretamente no conflito do Oriente Médio, protagonizado por Israel em Gaza. Além do Irã, a Rússia mantém relações firmes com o Hamas, tendo inclusive recebido uma delegação deles dias antes do ataque a Israel, no dia 7 de outubro de 2023.

Terceira Guerra Mundial?

À volatilidade e rápida expansão que vai ganhando o conflito em Gaza, soma-se outro que pode vir a ser bem maior. Recentemente, o jornal alemão Bild publicou uma matéria sobre um documento secreto que teria vazado das forças armadas alemãs em que se delineia uma série de ataques da Rússia à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Tais ataques seriam iniciados por uma guerra híbrida, já em fevereiro, seguida de uma ofensiva contra os países bálticos em julho, basicamente conduzida por ataques cibernéticos e outras formas de guerra híbrida. O clímax se daria no verão de 2025 com o início efetivo da guerra, envolvendo centenas de milhares de soldados da OTAN.

Independentemente de o documento ser autêntico ou da matéria do jornal alemão ser confiável, o fato é que autoridades do governo sueco afirmaram recentemente que seus cidadãos deveriam se preparar para uma guerra iminente com a Rússia. Afirmações semelhantes foram feitas no fim do ano passado pelo vice-premier britânico e pelo comandante do exército holandês para seus respectivos povos. No dia 22 de janeiro, o chefe do comitê militar da OTAN afirmou que os países da organização estão se preparando para um conflito de grande escala contra possíveis inimigos, incluindo a Rússia. Coincidência ou não, nesta mesma semana, a OTAN iniciou o maior exercício militar em décadas, na Europa, com mais de 90 mil soldados. Parece que estamos assistindo ao prelúdio de um evento de grandes proporções.

A Rússia é um país-chave no fim dos tempos por sua ligação com Gogue, como explica a tradição rabínica. Sua invasão à Ucrânia, que está completando dois anos, pode ter sido o início dessa grande guerra que se avizinha e que, após o início do conflito de Israel em 7 de outubro, está se expandindo e ganhando contornos de um conflito gradativo e generalizado. O fato é que as principais potências já estão no Oriente Médio envolvidas na guerra de Israel. E uma agressão russa a qualquer país da OTAN significa uma declaração de guerra aos 31 países da aliança.

Não é exagero dizer que a Terceira Guerra Mundial esteja no horizonte e que nos encontramos no período conhecido por princípio das dores. São as guerras e rumores de guerras dos quais nos alertou Yeshua. Entretanto, como Ele ressalvou, não devemos nos assustar. Essas dores se intensificarão, o que pode durar anos, até se tornarem as Dores de Parto do Messias, culminando com sua volta para derrotar os inimigos de Israel e estabelecer seu Reinado milenar, a partir de Jerusalém, sobre todos os povos e nações da Terra. Maranata!

Getúlio Cidade é escritor, tradutor e hebraísta, autor do livro A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo e do blog www.aoliveiranatural.com.br

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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