Há algumas semanas, falamos sobre o uso da inteligência artificial (IA) e sua influência na apostasia predita nas Escrituras para o fim dos dias. Neste texto, gostaria de abordar sobre a IA e seu papel futuro na adoração à imagem do anticristo.
Como descrito naquele artigo, o primeiro culto protestante conduzido por uma IA, ocorrido no ano passado na Alemanha, utilizou a imagem de quatro avatares — dois homens e duas mulheres — gerados pela plataforma ChatGPT e expostos em uma tela no lugar do púlpito.
O significado de avatar
Na era da tecnologia da informação, a definição de avatar é uma imagem escolhida por alguém para representá-lo graficamente em duas ou três dimensões em um ambiente virtual. A palavra, porém, tem uma origem bem diferente. Avatar é derivado da palavra sânscrito que significa descida. Dentro do hinduísmo, refere-se à descida de uma divindade ou espírito à Terra, na forma encarnada ou não, para determinada manifestação.
A princípio, parece algo inofensivo, mas a divulgação maciça do conceito moderno de avatar visa a aceitação de qualquer imagem, em especial a de um ambiente virtual, como representação de qualquer pessoa. Esse pode muito bem ser o intento real por trás de um avatar, cujo propósito final é apresentar a imagem do anticristo que deverá ser adorada pelos habitantes da Terra, conforme o livro de Apocalipse, em clara afronta ao segundo mandamento.
Além do segundo mandamento, há explícita proibição de se consultar qualquer divindade ou espírito de morto, tanto na Torá quanto nos Profetas. “Entre ti não se achará (...) adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor” (Deuteronômio 18:10-12).
Em tese, a IA nunca será definida como alguma divindade, mas poderá muito bem ser assumida como tal em um curto período e de modo sutil. Seria simples coincidência a ideia de alguém tão influente entre os globalistas, como o escritor Yuval Harari, declarar que, em breve, teremos uma nova bíblia reescrita por IA e uma nova religião? Ou Larry Page, um dos fundadores do Google, uma das maiores empresas do planeta, declarar que deseja criar um “deus digital”? Nesse caso, o termo avatar, cujo significado original afronta os mandamentos do Deus Eterno, não foi popularizado nem se tornou familiar nos quatro cantos do mundo por acaso.
As asas da abominação
A máxima profanação se dará com o anticristo se assentando no templo de Deus, querendo parecer Deus (2Ts 2:4). Isso se dará de forma física pelo anticristo para replicar de modo inverso a entrada triunfal de Yeshua em Jerusalém. No entanto, essa profanação será precedida e seguida da adoração de sua imagem, impulsionada pelo falso profeta. “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap. 13:15).
O falso profeta tem o poder de dar fôlego à imagem do anticristo para fazê-la falar. Se pensarmos por um minuto, com ou sem IA, esse é exatamente o conceito original de avatar, em que um espírito desce para incorporar-se em alguma matéria, humana ou não. Em Ap. 13:14, é dito que o falso profeta enganará os habitantes da Terra a respeito da imagem da besta. Trata-se da “operação do erro” enviada por Deus, mencionada por Paulo, para que os homens creiam na mentira e sejam julgados, uma vez que se recusaram a crer na verdade do Evangelho.
Não há como duvidar que a IA será o braço tecnológico para o controle totalitário do governo global que há de se levantar sobre a Terra — o governo do anticristo. O papel da IA nos tempos do fim já está em ação e aumentará de forma vertiginosa, levando os homens à apostasia. Esta, por sua vez, conduzida em grande parte pela IA que fundará a “nova religião”, tendo sua própria bíblia, avessa aos princípios do Deus de Israel, visará a idolatria do anticristo e de sua imagem.
Esse “deus digital” reduzirá os homens ao engano, levando à inevitável profanação de Jerusalém — as asas da abominação —, iniciando o período mais tenebroso sobre a face da Terra, antes da volta do Messias para derrotar seus inimigos e estabelecer seu trono milenar.
Para saber mais, acesse: https://www.aoliveiranatural.com.br/2023/07/12/a-ia-e-as-asas-da-abominacao/
Getúlio Cidade é escritor, tradutor e hebraísta, autor do livro A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo e do blog www.aoliveiranatural.com.br.
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Leia o artigo anterior: O simbolismo espiritual das Olimpíadas – Parte 2