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Do cativeiro à liberdade trazendo transformação na Páscoa e no casamento

Que esta temporada de celebração nos inspire a aplicar seus princípios transformadores em nossas próprias vidas.

fonte: Guiame, Valcelí Leite

Atualizado: Sexta-feira, 29 Março de 2024 as 5:51

(Foto: Unsplash/Kelly Sikkema)
(Foto: Unsplash/Kelly Sikkema)

Na essência da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã, encontramos narrativas profundamente enraizadas na libertação e na renovação. Ambas celebram a transição do cativeiro para a liberdade, um tema que ressoa não apenas em contextos religiosos, mas também nas dinâmicas interiores das famílias e dos relacionamentos conjugais. Sob a luz da teopsicoterapia e das perspectivas de renomados terapeutas familiares, como Salvador Minuchin, mergulhamos na interseção entre essas tradições milenares e a instituição do casamento, onde a jornada de libertação e renovação ganha um novo significado.

A Páscoa Judaica, ou Pesach, comemora a libertação dos filhos de Israel da escravidão no Egito. É uma história de coragem, fé e perseverança, marcada pelo êxodo de um povo que deixou para trás as amarras da opressão para encontrar uma nova terra de liberdade. Neste relato antigo, encontramos um eco das narrativas familiares contemporâneas, onde muitos lutam para quebrar os grilhões dos mandatos geracionais e das dinâmicas disfuncionais que restringem seu crescimento e bem-estar.

Salvador Minuchin, pioneiro da Terapia Familiar Estrutural, destacou a importância de compreender e reestruturar os padrões de interação familiar para promover a saúde e a harmonia. Da mesma forma, na Páscoa Judaica, vemos a necessidade de desmantelar as estruturas de opressão que mantêm as famílias presas ao passado, abrindo caminho para uma nova dinâmica familiar baseada na liberdade e na autenticidade.

Por outro lado, a Páscoa Cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo, simbolizando a vitória sobre a morte e a promessa de vida eterna. Essa ressurreição não é apenas um evento histórico, mas também uma metáfora poderosa para a transformação espiritual e emocional que ocorre nos relacionamentos humanos. No casamento, em particular, vemos um paralelo claro entre a morte do ego e das expectativas individuais, e o renascimento de uma nova unidade familiar.

Minuchin, ao discutir as alianças familiares, enfatizou a importância de reconhecer e fortalecer os vínculos que sustentam os relacionamentos ao longo do tempo. No contexto do casamento, a aliança entre parceiros é uma promessa de compromisso mútuo e apoio incondicional, transcendendo as barreiras do tempo e da adversidade. Assim como a ressurreição representa uma nova vida em Cristo, o casamento representa uma nova jornada compartilhada, onde duas pessoas se unem para enfrentar os desafios da vida com amor e resiliência.

À medida que refletimos sobre a Páscoa Judaica, a Páscoa Cristã e a instituição do casamento, somos lembrados da profunda conexão entre a libertação espiritual e a transformação pessoal. Assim como os filhos de Israel encontraram liberdade nas margens do Mar Vermelho e os seguidores de Cristo encontraram esperança no túmulo vazio, também podemos encontrar redenção e renovação em nossos relacionamentos mais íntimos. Que esta temporada de celebração nos inspire a abandonar o cativeiro do passado e abraçar a liberdade de um futuro compartilhado, onde o amor e a harmonia florescem em cada lar e em cada coração.

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2 Coríntios 5:17)

Que este versículo nos lembre que, em Cristo, encontramos a renovação completa de nossas vidas e relacionamentos. Assim como a Páscoa Judaica e a Páscoa Cristã nos convidam a deixar para trás o cativeiro e a morte, que possamos abraçar a oportunidade de começar de novo, fortalecendo os laços familiares e conjugais com amor e comprometimento.

Que esta temporada de celebração nos inspire não apenas a refletir sobre os eventos históricos, mas também a aplicar seus princípios transformadores em nossas próprias vidas. Que possamos sair do lugar de escravidão para um lugar de liberdade, tanto espiritual quanto emocionalmente, e que o casamento seja uma expressão tangível dessa jornada, uma aliança para a eternidade, onde encontramos amor, renovação e a promessa de um futuro brilhante, juntos em Cristo.

Que possamos encerrar esta reflexão com palavras de inspiração e esperança encontradas no Novo Testamento já citada.

Desejo a você e sua família uma ótima semana na Graça.

 

Valcelí Leite (@ValceliLeite) é pastor, teoterapeuta, presidente da ABRATHEO (Associação Brasileira de Teopsicoterapia), com formação em Fisioterapia e pós-graduações em Terapia Familiar Sistêmica, Cognitive Behavioral Therapy - TCC, e MBA em Teoterapia e Competência Emocional. Atua como teopsicoterapeuta com orientação a casais e famílias. Palestrante sobre temas como Educação de Filhos, Internet e Vida Conjugal, Ciência do Bem-estar e Como Evitar a Ansiedade. Ex-superintendente em instituição filantrópica, com gestão em treinamento de liderança, formação de equipes e palestras motivacionais em quatro estados brasileiros e mais de 30 cidades. Apresentou programas de rádio e TV em São Paulo, Brasília e Salvador.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

Leia o artigo anterior: Enfrentando as crises no casamento

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