Cem muçulmanos foram presos pela polícia após atacar cristãos e queimaruma casa, no leste do Paquistão, segundo a AP News.
No último sábado (25), muçulmanos na cidade de Sargodha, na província de Punjab, acusarem um cristão de 70 anos de profanar o Alcorão.
Uma multidão enfurecida de islâmicos cercou a casa do idoso. Os radicais incendiaram a residência e uma fábrica de sapatos. O cristão e seu filho foram espancados, assim como outros cristãos presentes.
“A situação era altamente volátil, com a multidão exigindo que o suposto blasfemador fosse entregue a eles para enfrentar sua ira”, afirmou a polícia local, em comunicado divulgado na segunda-feira (27).
Segundo as autoridades locais, a polícia resgatou cerca de 10 cristãos, incluindo o pai e o filho, que foram levados para o hospital. Durante a operação de resgate, vários policiais ficaram feridos após a multidão atirar pedras e tijolos contra eles.
A polícia de Punjab informou que reforçou a segurança nas igrejas na região. De acordo com o oficial de polícia Assad Ijaz, as investigações do caso estão em andamento.
Blasfêmia no Paquistão
De acordo com o Morning Star News, os suspeitos de blasfêmia no Paquistão são geralmente mantidos sob custódia até que o julgamento e os recursos se esgotem. Além disso, a blasfêmia contra Maomé, o profeta do Islã, é punível com a morte e a condenação normalmente ocorre com poucas evidências legais.
Com isso, as leis de blasfêmia são frequentemente utilizadas como vingança para acertar contas pessoais ou para resolver disputas sobre dinheiro, propriedade ou negócios. No país, uma única alegação é suficiente para provocar uma multidão que se revolta e lincha os acusados.
O The Christian Post informou que, em agosto de 2023, ocorreram ataques contra cristãos na cidade de Jaranwala, onde igrejas e casas foram incendiadas na sequência de acusações de blasfêmia contra dois cristãos locais.
O Paquistão ficou em 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.