Um grupo de pecuaristas muçulmanos Fulani matou 14 cristãos batistas, incluindo 13 membros de uma família extensa, em uma vila no estado de Kogi, região central da Nigéria, na quarta-feira (29 de julho), segundo informações de fontes locais. O grupo de pastores de gado está sendo radicalizado e armado por outros grupos terroristas, como o Boko Haram, para atacar e matar cristãos.
A polícia disse que a esposa, a mãe, todos os filhos e outros parentes de um homem (13 pessoas no total) foram mortos no ataque às duas da manhã em Agbadu-Daruwana. Ele também perdeu seu irmão mais novo, uma tia, um tio e uma cunhada, disse em comunicado o comissário da polícia do Estado de Kogi, Ede Ayuba.
"Nessa família, há apenas uma pessoa que sobreviveu", disse Ayuba.
Líderes da Igreja ‘All Baptist Fellowship’ publicaram na página do grupo no Facebook que as vítimas eram membros da igreja Batista Bethel em Agbadu-Daruwana, parte da Associação Batista Lokoja da Conferência Batista Estadual de Kogi.
"Eles já foram enterrados", dizia o post. “Todos os membros da comunidade, principalmente cristãos, fugiram. Por favor, ore pela intervenção de Deus contra o anticristo na terra".
Residente da região, Rachael Nuhu disse ao Morning Star News em mensagens de texto que os agressores eram Fulanis, predominantemente muçulmanos pastores de gado, que também atacaram aldeias vizinhas.
"Eles invadiram a vila, armados e andando de moto", disse Nuhu. “Eles estavam falando na língua fulani enquanto atacavam nosso povo. Esta não é a primeira vez que atacam nossas comunidades, já que outras aldeias ao nosso redor foram atacadas de maneira semelhante por esses pastores”.
O comissário Ayuba disse que, além das 14 pessoas mortas, seis ficaram feridas.
Contexto
As autoridades policiais e do governo estão sob pressão do presidente nigeriano Muhammadu Buhari (que é da etnia Fulani) para não mencionar Fulanis como responsáveis pelos ataques, e o governador de Kogi, Yahaya Bello, condenou o ataque de "criminosos sem coração" no condado de Kogi / Koto Karfe.
Em uma declaração do secretário de imprensa Onogwu Muhammed na quinta-feira (30 de julho), Bello prometeu manter operações contra "elementos criminosos".
Em março de 2018, os pecuaristas Fulani mataram 32 pessoas nos condados de Dekina e Omala, no estado de Kogi. Vestindo uniforme militar e armados com fuzis AK-47, eles também queimaram 20 casas.
No mês anterior, Bello teria doado 15.000 hectares de terra para esses pastores de gado sob uma política controversa do governo federal. Ele disse na época que os Fulani seriam levados para a terra, já que o estado não tinha uma lei anti-pastoreio, como o estado vizinho de Benue.
Em 30 de janeiro, a organização de apoio à Igreja Perseguida ‘Christian Solidarity International’ (CSI) emitiu um alerta de genocídio para a Nigéria, pedindo ao membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas que tome medidas. A CSI emitiu o documento em resposta a "uma maré crescente de violência dirigida contra cristãos nigerianos e outros classificados como ‘infiéis’ por militantes islâmicos nas regiões norte e central do país".
A Nigéria ficou em 12º lugar na Lista Mundial da Missão Portas Abertas para 2020 dos países onde os cristãos sofrem mais perseguições, mas em segundo lugar no número de cristãos mortos por causa de sua fé, ficando atrás somente do Paquistão.