O ministério global de evangelização de surdos está crescendo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos 800 milhões de pessoas que sofrem de alguma perda auditiva.
Destes, há os que sofrem de “surdez profunda”, que ocorre quando a pessoa não pode ouvir um som abaixo de 90 decibeis ou não ouve absolutamente nada.
Nestes casos, a comunicação e a evangelização é realizada através de linguagem de sinais, leitura labial ou apenas a leitura escrita.
A Door International — ministério de treinamento e tradução liderado por surdos — disse que “aspira alcançar 70 milhões de pessoas surdas em todo o mundo para Cristo”.
“Menos de 2% da população surda global conhece Jesus como Salvador, o que faz deles um dos maiores grupos de pessoas não alcançadas e não engajadas do mundo”, informou o ministério.
‘Deus está se movendo entre as comunidade surdas’
Conforme a Mission Network News (MNN), em 2000, Robert Myers, presidente da Door International, compartilhou sobre um líder chamado Sanji, que conheceu o Senhor através do ministério de missionários surdos que foram para a Índia.
“Sanji começou a compartilhar o Evangelho com sua comunidade local. Outra pessoa aceitou a fé e Sanji começou a discipulá-la. Então essa pessoa acabou se mudando para uma parte diferente da Índia. Ao compartilhar sua fé com várias pessoas, outro irmão conheceu o Senhor”, contou Myers.
Quatro ou cinco “gerações” depois, um líder que Myers chama de Matthew sentiu que Deus o mandou viajar para além de sua comunidade: “Ele mudou-se para outro país no Sul da Ásia, onde havia apenas cerca de 20 crentes numa população de talvez 300.000 pessoas surdas”.
“Junto com outro irmão, começou a compartilhar o Evangelho nesta nova comunidade, e mais líderes passaram a crer”, continuou ao destacar que Deus está se movendo entre as comunidades surdas em todo o mundo.
‘Discípulos se tornam missionários’
Ao comemorar o progresso da evangelização entre os surdos, Myers diz que a Door espera ver as igrejas locais não apenas estabelecidas e fortalecidas pela formação de discípulos, mas também levando adiante uma visão de formação de discípulos e implantação de igrejas fora de sua região.
“O que muitas vezes vemos como resultado é que muitos discípulos se tornam missionários em novas comunidades”, diz Myers, acrescentando que há missionários surdos do Quênia que servem agora em Moçambique, no Sudão do Sul e em Angola.
“Estamos começando a planejar os ‘postos avançados’ em áreas estratégicas do mundo. Uma das coisas que reconhecemos é que ainda existem grandes regiões onde as comunidades surdas estão isoladas do Evangelho”, observou.
“Esses postos avançados seriam pontos de lançamento em áreas-chave onde o Evangelho ainda não está presente. Os missionários entrariam na região para compartilhar o Evangelho e formar líderes indígenas”, disse ao concluir.