
Pelo menos 43 cristãos foram mortos em um ataque terrorista a uma igreja católica na República Democrática do Congo, no último domingo (27).
Extremistas das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo ligado ao Estado Islâmico, invadiram o templo com armas e facões, durante uma vigília que acontecia de madrugada, na cidade de Komanda.
Conforme a Missão de Paz da ONU no Congo, a maioria das vítimas eram fieis que participavam do culto, incluindo nove crianças. Várias casas e lojas próximas também foram queimadas.
"Os corpos das vítimas ainda estão no local da tragédia, e os voluntários estão se preparando para enterrá-los em uma vala comum que estamos preparando em um complexo da Igreja Católica", relatou Dieudonne Duranthabo, coordenador da sociedade civil em Komanda, à Associated Press.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram estruturas do templo e corpos em chamas no chão da igreja. Pessoas identificavam as vítimas, enquanto outras choravam e entravam em choque.
Um líder local afirmou que os terroristas ainda sequestraram outras pessoas. "Eles levaram vários para o mato; não sabemos seu destino ou seu número", disse Lossa Dhekana, à AP News.
Os extremistas islâmicos conseguiram fugir, antes que as forças de segurança chegassem ao local.
"Esses ataques direcionados contra civis indefesos, particularmente em locais de culto, não são apenas terríveis, mas também violam todos os padrões de direitos humanos e o direito internacional humanitário", declarou a vice-chefe da Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO), Vivian van de Perre.
O líder local, Dieudonne Duranthabo, condenou o ataque islâmico e observou que aconteceu em "uma cidade onde todos os oficiais de segurança estão presentes". Ele pediu uma intervenção militar emergencial, alertando que "o inimigo ainda está perto de nossa cidade".
Onda de ataques no Congo
Em maio, duas aldeias cristãs no Congo (RDC) também foram atacadas em ações coordenadas do grupo ADF, deixando dezenas de mortos e muitos feridos. Os extremistas aterrorizaram as aldeias Kekele, na província de Ituri, e Kokola, em Kivu do Norte.
"Eles também incendiaram quatro residências durante o ataque, o que criou mais turbulência e pânico na aldeia”, disse Bravo Muhindo, um morador local, em entrevista ao International Christian Concern.
Em fevereiro, 70 cristãos foram sequestrados de suas casas na aldeia de Mayba, província de Kivu do Norte, mantidos reféns em uma igreja por vários dias e decapitados por militantes da ADF.
A região nordeste do Congo sofre as consequência do conflito entre os grupos terroristas ADF e M23 com as forças do governo.
Desde 2014, a ADF intensificou os ataques na área. A violência causou o deslocamento de 10.000 pessoas em 2024, com muitas vilas cristãs ficando totalmente desertas, e 355 cristãos foram mortos por sua fé, de acordo com dados da Portas Abertas.
A República Democrática do Congo ocupa a 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.